Um vídeo que circula nas redes sociais mostrou um casal negro sendo agredido no estacionamento do supermercado Big Bompreço, após supostamente tentar furtar sacos de leite em pó. O casal foi filmado encostado em uma parede sendo questionado pelo ato por mais de um homem. O caso aconteceu na tarde da última sexta-feira (5/5), próximo à entrada e saída de veículos da loja.
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Nas imagens, a mulher afirmou que pegou o produto porque estava precisando alimentar a filha. Enquanto era interrogada pelos agressores, a jovem foi xingada e levou diversos tapas no rosto. O marido, que estava sentado ao lado, também foi vítima das agressões.
Uma pedestre, que estava passando pelo local, viu as cenas de violência e questionou os agressores, que responderam: "Você é advogada? Parou pra quê?". Nas redes sociais, internautas acusaram os agressores de racismo.
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Carrefour nega que agressores sejam funcionários
Dono do estabelecimento, o Carrefour afirmou, por meio de nota enviada ao Correio, que os agressores não são funcionários da loja. Leia a íntegra:
"Assim que tomamos conhecimento do caso lamentável, empenhamos de forma imediata todos os esforços para apurar o ocorrido e tomar todas as medidas cabíveis. A primeira delas e fundamental foi, de forma proativa, realizar uma denúncia de agressão e lesão corporal à Polícia Civil, para que esse crime inaceitável seja rigorosamente apurado. Esta denúncia foi registrada eletronicamente, com número de protocolo 2023/0000257096-0, e encaminhada à 12ª Delegacia Territorial - Itapuã. Esta medida reforça o nosso compromisso de sermos incansáveis no combate a qualquer tipo de violência.
Em um vídeo que mostra o fato, é possível identificar que o agressor tem uma tatuagem na mão. No avanço das nossas investigações internas, apuramos que nenhum profissional direto ou indireto que atua na unidade tem essa tatuagem. Mesmo assim, não podemos aceitar que um crime como esse tenha ocorrido em nossas dependências. Por isso, na própria sexta-feira (5/05), desligamos a liderança e equipe de prevenção da loja. Reforçando nossa tolerância zero com a violência, inclusive nos cargos de gestão. Além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa, onde a violência ocorreu. Assumimos a nossa responsabilidade e tomamos medidas rápidas e duras.
É inadmissível que qualquer pessoa seja tratada desta maneira. É um crime, com o qual não compactuamos. Estamos buscando o contato da Jamille e do Jeremias para nos desculparmos pessoalmente, além oferecer suporte psicológico, médico ou qualquer outro apoio necessário."
Ação da polícia
A assessoria da Polícia Militar da Bahia, por sua vez, afirmou que a corporação não foi acionada no dia do suposto furto. A Polícia Civil vai apurar o caso.
O Grupo Carrefour também se pronunciou por meio das redes sociais: "Até o momento, pelas características identificadas no vídeo, é possível afirmar que o agressor que aparece nas imagens não é funcionário da loja."
Caso de racismo em Salvador
Neste domingo (7/5), uma mulher denunciou, também na capital baiana, por meio das redes sociais, ter sido vítima de racismo. No vídeo, publicado por ela, uma outra mulher aparece dizendo "odiar pessoas pretas": "Eu não gosto de gente escura que nem você. Eu odeio preto, não suporto", esbravejou a mulher.