operação internacional

Brasil participa de operação internacional contra site da 'dark web'

Foram apreendidas cerca de 56 milhões de dólares (cerca de 281 milhões de reais em valores atuais) em vários países da Europa, Estados Unidos e Brasil

Uma operação policial antidrogas contra um portal da "dark web" - a parte oculta da Internet -, deteve 288 suspeitos e apreendeu o equivalente a quase 56 milhões de dólares (cerca de 281 milhões de reais em valores atuais) em vários países da Europa, Estados Unidos e Brasil, informou nesta terça-feira (2) a Europol.

Chamada SpecTor, a operação teve a participação de nove países e conseguiu apreender 850 kg de drogas, 117 armas de fogo, o equivalente a quase 56 milhões de dólares e moedas virtuais, reportou a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol).

"Em uma operação coordenada pela Europol, as forças de segurança tomaram o mercado ilegal 'Monopoly Market' e prenderam 288 suspeitos de envolvimento na compra ou venda de drogas" na internet oculta, disse a Europol.

Esta agência policial garante que "vários desses suspeitos foram considerados alvos valiosos".

A operação seguiu as pistas evidenciadas em 2021, com a apreensão na Alemanha da “infraestrutura criminosa” da plataforma.

"A Europol compilou pacotes de inteligência com base em evidências fartas entregues pelas autoridades alemãs", confirmaram.

"Esses pacotes de alvos, criados a partir do cruzamento e da análise dos dados e evidências coletadas, serviram de base para centenas de investigações em todo o país", acrescentou a agência.

O maior número de prisões ocorreu nos Estados Unidos, onde 153 pessoas foram detidas, seguidos do Reino Unido, com 55, da Alemanha, com 52, e da Holanda, com 10.

Houve também prisões em Áustria (9), França (5), Suíça (2), Polônia (1) e Brasil (1).

Os agentes apreenderam 258 quilos de anfetaminas, 43 quilos de cocaína, 43 quilos de MDMA, matéria-prima para comprimidos de ecstasy, e mais de dez quilos de LSD e ecstasy, enumerou a Europol.

"Os criminosos podem pensar que são anônimos na dark web, mas não são", disse, em nota, Nan van de Coevering, dos serviços de investigação holandeses.

"Em resposta a esta operação, publicamos uma lista na 'dark web' com todos os pseudônimos dos vendedores detidos que cessaram suas práticas ilegais", acrescentou.

"Mensagem contundente"

A "dark web", que é uma versão paralela da Internet na qual o anonimato dos usuários é garantido - e que também possui sites legais, que buscam, por exemplo, evitar a censura à imprensa em certos países - tem sido alvo de várias operações internacionais nos últimos anos.

Em abril de 2022, foi desmantelada a plataforma Hydra Market, um site oculto na Internet que foi considerado "o mercado ilegal com maior volume de negócios do mundo" com cerca de 1,23 milhão de euros (7,86 milhões de reais, na cotação da época) em vendas em 2020.

"Nossa coalizão de autoridades de segurança em três continentes mostra que todos nos saímos melhor quando trabalhamos juntos", disse Catherine De Bolle, diretora da Europol.

De Bolle afirmou que a ação envia uma mensagem contundente aos criminosos na dark web.

"Quando um site da 'dark web' é fechado, obviamente vemos uma interrupção por um tempo" na atividade criminosa, mas as redes "podem ser reconstituídas, há mais pessoas", alertou o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, em coletiva de imprensa.

Em 2021, 150 pessoas que compraram ou venderam moedas na 'dark web' foram presas em uma operação global chamada "DarkHunTOR" e em 2020, outra operação, chamada "DisrupTor", levou à prisão 179 vendedores de mercadorias ilícitas.

No mês passado, o maior mercado online do mundo para identidades e senhas roubadas, a plataforma Genesis, foi desmantelado.

Esta operação, que resultou em 119 prisões, foi articulada pelo FBI, a polícia federal americana, e pela polícia holandesa, com a participação de outros 17 países.

Saiba Mais