Investigação

MPF convoca reunião de urgência após líder indígena ser baleado no Pará

Suspeita é que o indígena tenha sido alvo de pistoleiros. Cacique denunciava os conflitos de território motivados pela produção de azeite de dendê na região

Mariana Albuquerque*
postado em 15/05/2023 17:00 / atualizado em 15/05/2023 17:01
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

O Ministério Público Federal (MPF) convocou uma reunião de emergência na tarde desta segunda-feira (15/5), em Belém, para tratar do caso do cacique Lúcio Gusmão Tembé, que foi baleado na madrugada do domingo (14). Uma das principais lideranças da aldeia Ture-Mariquita, localizada na cidade de Tomé-Acú, o indígena está internado na capital do Pará. 

Segundo relatos, o cacique tentava desatolar o próprio veículo em uma estrada que dá acesso ao território da aldeia Turé-Mariquita quando foi atingido por disparos feitos por dois pistoleiros ainda não identificados. A Polícia Civil do Pará investiga o caso. 

Plantações de dendê

Ainda não há informações sobre qual teria sido a motivação do crime ou quem seriam os autores da tentativa de homicídio, mas a suspeita dos indígenas é de que o conflito esteja relacionado a uma empresa de óleo de palma da região, nos arredores da Terra Indígena Turé Mariquita. Os Tembé reivindicam as áreas, onde atualmente há plantações de dendê.

No domingo, o MPF havia solicitado providências urgentes à Polícia Federal e à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) a fim de esclarecer o atentado. De acordo com a Segup, investigadores estiveram no local do crime e coletaram provas que podem ajudar a identificar os envolvidos e elucidar o caso.

Consultada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde Pública do Pará (Sespa) confirmou que o indígena permanecia internado até as 12h30 de hoje, mas disse que a família de Lúcio não autorizou a divulgação de detalhes sobre o estado de saúde do indígena.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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