Jornal Correio Braziliense

Saúde

Fiocruz alerta para crescimento de casos de SRAG no país

Dentre as 27 unidades federativas, 19 têm sinal de crescimento de casos da doença no longo prazo e apenas em duas delas o foco não é a capital do estado

O Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou, nesta quinta-feira (27/4), que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceram em 19 unidades da Federação, e que em apenas duas delas o foco não é a capital. O monitoramento — feito no período de 9 a 15 de abril — mostra, ainda, que há uma tendência de aumento há longo prazo.

A concentração da doença no público infantil tem ocorrido em associação ao vírus sincicial respiratório (VSR), com presença em 10,9% dos casos. Existem sete estados com esse perfil de infecção: Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Já a incidência nos adultos tem como agentes de desenvolvimento da SRAG, em prevalência, a covid-19 (68,6%), e a influenza A (12,6%) e B (7,9%).

O Distrito Federal é um exemplo de alta dos casos entre os adultos e queda entre as crianças. Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentam sinais de redução para as duas faixas etárias, mostrou o monitoramento. Os especialistas alertam, contudo, que isso não é um indicativo de desaparecimento, pois é preciso observar os fatores que geram a SRAG.

“No entanto, observam-se tendências distintas entre os vírus associados aos casos em adultos nesses estados. Enquanto os casos associados à covid-19 sugerem desaceleração para os vírus influenza A e B, há indícios de aumento recente de influenza A e B em diversos desses estados”, observa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Vacinação

Quanto aos óbitos pela síndrome neste ano até a primeira quinzena de abril, foram 2.678 óbitos, sendo a maior parte, 1.572 (58,7%), associada a algum vírus que causa insuficiência respiratória. No geral, a porcentagem das mortes por causa das influenzas A e B e da VSR, somadas, ficou abaixo de 15%. A maior ocorrência ainda é por causa do coronavírus, 85,6% de casos confirmados, o que indica a importância da vacinação contra a covid.