Apesar de o Ministério da Saúde ter ampliado a dose de reforço de vacinas bivalentes contra a covid-19 para toda a população acima de 18 anos, algumas unidades da Federação alegaram falta de imunizantes para a cobertura de toda a população. Capitais como Rio de Janeiro, Recife e Salvador iniciaram, ontem, a aplicação. Outras prefeituras, como Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba, aguardam o envio de mais doses.
O ministério, porém, assegurou que há estoques suficientes para abastecer estados e municípios. De acordo com a pasta, a distribuição está sendo feita de maneira "reativa" — mediante solicitações por parte dos estados, que, por sua vez, repassam aos municípios.
"A pasta reforça que todos os estados estão abastecidos de vacinas contra a covid-19 para garantir a vacinação da população. A distribuição é feita de forma escalonada, de acordo com o público-alvo planejado pela gestão local, o andamento da vacinação e a capacidade de armazenamento dos estados e municípios", explicou o ministério.
A capital paulista está entre os municípios sem doses suficientes para a ampliação imediata de toda a faixa etária. A Secretaria de Estado de Saúde orientou as prefeituras a fazerem um calendário escalonado, iniciando pelo público mais velho. Com isso, o município ampliou a cobertura vacinal apenas para a população acima dos 50 anos.
"Como são mais de 9 milhões de pessoas acima de 18 anos na capital, vamos ampliar a vacinação conforme o recebimento de novos lotes", observou o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco.
"O que temos hoje em estoque, mais a quantidade já distribuída aos municípios anteriormente, é suficiente para iniciarmos a imunização deste público. Porém, é necessário que, o quanto antes, possamos receber uma nova remessa do Ministério para abastecer os municípios e seguirmos com a imunização para toda população", afirmou Tatiana Lang D'Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo.
Novas entregas
Segundo o ministério, ainda serão entregues mais 1,3 milhão de doses bivalentes ao estado de São Paulo até este fim de semana, atendendo a uma solicitação do governo paulista.
O imunizante bivalente da Pfizer, que tem proteção reforçada contra a cepa original do coronavírus e algumas subvariantes da Ômicron, começou a ser usado no Brasil no final de fevereiro. As vacinas produzidas pelo laboratório alemão BioNTech têm a tampa de cor cinza, enquanto a monovalente tem a tampa roxa. Até então, este tipo de vacina estava disponível apenas para idosos acima dos 60 anos, maiores de 12 anos com comorbidades ou imunossupressão e alguns poucos grupos prioritários.