O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (25/4), a campanha de combate à malária, uma das prioridades da pasta, que quer eliminar a doença do país até 2035. Com 99% dos casos concentrados na região amazônica e com maior incidência em populações de maior vulnerabilidade social, o evento ocorreu em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, no Pará.
Coincidindo com o Dia Mundial da Luta Contra a Malária, a campanha é voltada para a prevenção e tratamento e tem como slogan “O combate à malária acontece com a participação de todos: cidadãos, comunidade e governo”.
Segundo dados preliminares de 2022, foram registrados 129,1 mil casos no país, 8,1% a menos que no ano anterior, que, no entanto, ainda ficou acima do teto de 113 mil ocorrências da doença contraída localmente. O Brasil registrou, ainda, 37 mortes por malária em 2019, 51 em 2020, 58 em 2021 e 50 óbitos em 2022.
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Durante a cerimônia de lançamento, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada que instituiu um comitê interministerial de nove pastas que irá propor ações para eliminar doenças de determinação social.
“Isso muda bastante o cenário, porque, como sabemos, a solução não está apenas no setor saúde. Então precisamos integrar várias pastas do governo federal, para chegar a esse importante marco para o nosso país, que será a eliminação da malária e outras doenças” afirmou Ethel. “Também estamos criando, sob liderança da ministra Nísia, um grupo de trabalho da Amazônia Legal, onde vamos trabalhar em um plano estratégico específico para a região. Esse é um compromisso do Ministério da Saúde, nessas duas frentes, visando, principalmente, o preenchimento de alguns vazios, tanto na vigilância, quanto na assistência. A região norte precisa ser vista com bastante prioridade, para que a gente consiga efetivar a equidade em saúde”.
A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero Plasmodium. Apenas as fêmeas são capazes de transmitir a malária. Os insetos transmissores da malária escolhem para colocar seus ovos (criadouros) pontos com água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira.