temperatura

Estudo revela aumento de temperaturas extremas no litoral brasileiro

Pesquisa da Unifesp considerou dados diários de temperatura do ar dos últimos 40 anos em cinco regiões litorâneas do país

Raphael Pati*
postado em 25/04/2023 16:45
 (crédito: Carlos Fabal/AFP)
(crédito: Carlos Fabal/AFP)

Pesquisa inédita revelou um aumento desproporcional na variação de temperaturas ao longo da costa brasileira. Conduzido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo indica que as regiões mais impactadas são o Sudeste e o Sul. As regiões Norte e Nordeste, apesar de apresentarem, normalmente, temperaturas mais quentes ao longo do ano, não registraram muita variação durante o período em que foi realizado o levantamento.

A pesquisa considerou dados de temperatura do ar registrados a cada hora do dia de uma série histórica que abrange os últimos 40 anos. Foram diferenciadas cinco regiões costeiras do país para a análise das ondas de calor nessas regiões, para considerar a variação na frequência e intensidade de eventos extremos de temperatura.

De acordo com a pesquisa, o estado brasileiro mais atingido pela variação de temperaturas é o Espírito Santo. Os dados revelam que os capixabas observaram um aumento de 188% na frequência das ondas de calor e de frio. Logo atrás, o Rio Grande do Sul aparece como segundo estado mais impactado, com 100%, ou o dobro, de aumento desses eventos nos últimos 40 anos.

Atingido pelas fortes chuvas no litoral em fevereiro deste ano, o estado de São Paulo também registrou um aumento considerável do número de eventos de calor ou frio extremo, com variação de 86% durante o período analisado. Em outros estados, como Maranhão e Rio Grande do Norte, não houve alterações nos padrões de temperaturas extremas durante o ano.

Para o autor da pesquisa, Fábio Sanches, o aumento da variação térmica nesses estados pode causar sérios transtornos em áreas fundamentais para a vida humana, como a biodiversidade e a economia.

"Estes dados mostram como as regiões Sudeste e Sul brasileira já se encontram com impactos da temperatura do ar e que irão afetar a biodiversidade e até a economia. Identificamos o litoral do Espírito Santo como a região mais afetada dentre as que estudamos, pois, além das ondas de calor, foi a única região onde a frequência de ondas de frio é cada vez maior", destacou Sanches.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE