A passista da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio e trancista, Alessandra dos Santos Silva, 25 anos, teve o braço amputado após ser internada para retirar miomas no útero em um hospital no Rio de Janeiro.
Em agosto de 2022, Alessandra foi diagnosticada com miomas no útero após sentir fortes dores e apresentar sangramento. Em janeiro de 2023, a passista foi chamada pelo Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, para realizar cirurgia.
Em 3 de fevereiro, ela foi submetida à operação e no dia seguinte a família foi avisada pelos médicos que seria necessário retirar o útero por completo.
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No dia 5 de fevereiro, ao visitarem Alessandra, que estava intubada, familiares notaram que as pontas dos dedos esquerdo dela estavam escurecidos. Segundo a mãe, falaram que a paciente “estava com frio”.
No dia seguinte, os médicos avisaram à família que Alessandra precisaria ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo. Neste momento, os familiares relataram que o braço dela estava praticamente preto e os médicos disseram que iriam drenar, “que já estava começando a necrosar”.
Quatro dias depois, o hospital informou que a drenagem não havia dado certo e que “ou era a vida de Alessandra, ou era o braço”.
“Ela subiu com os médicos apavorados para salvá-la, ou não ia sair dali viva. Chamaram a gente no canto: ‘Queríamos que vocês olhassem a mão dela. Ou tirava, ou ela ia morrer’”, lembrou a mãe, Ana Maria, que autorizou a amputação.
“Só lembro mesmo disso, de acordar em outro hospital sem o braço”, disse Alessandra, completando que buscará por justiça.
“Eu quero que os responsáveis paguem, que o hospital se responsabilize, porque eles conseguiram acabar com a minha vida. Destruíram meu trabalho, minha carreira, meu sonho... tudo”, declarou a trancista.
Procurada pelo Correio, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que abriu sindicância para apurar o caso.
"A Fundação Saúde, que administra o Hospital da Mulher Heloneida Studart (HMulher), lamenta o ocorrido e informa que abriu sindicância para apurar o caso. A Fundação Saúde informa ainda que, após a paciente ter alta médica do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, a equipe do HMulher entrou em contato com familiares para acompanhamento ambulatorial", informou em nota.
Também foi registrado um boletim de ocorrência na Polícia Civil, que informou em nota que o caso segue sendo investigado.
"O caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti). Os agentes requisitaram o laudo médico de atendimento para análise e seguimento às investigações, que estão em andamento", diz a nota.
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