A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse neste domingo (23/4) em Lisboa que sua pasta, em parceria com o Ministério do Esporte, vai lançar um programa de combate ao racismo no esporte voltado para atletas que atuem no Brasil e no exterior. O estopim, segundo ela, foi o episódio envolvendo o jogador de futebol Vinicius Jr, do Real Madrid.
Segundo ela, a iniciativa, que ainda não tem data para ser lançada, está em fase conclusiva, após uma série de reuniões com o Ministério do Esporte, comandando pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser. O nome do programa ainda não está definido, acrescentou Franco.
"O estopim foi, claro, o caso de Vinny Jr., um atleta que eu admiro muito (…)", disse Franco a jornalistas, destacando que detalhes do programa serão divulgados em breve. O atacante Vinicius Jr., do Real Madrid, foi alvo de racismo no jogo contra o Mallorca, pelo Campeonato Espanhol, em fevereiro deste ano.
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Segundo a imprensa espanhola, o brasileiro afirmou que se sentiu ofendido pelos gritos racistas na partida. As imagens foram captadas por um canal de TV espanhol que flagrou um torcedor gritando para o atacante: "Vinicius, macaco! É um p*** macaco".
A LaLiga, a liga do campeonato espanhol, pediu uma punição para o torcedor e frisou que a ação foi individual. O torcedor, do Mallorca, foi punido com uma multa de 4 mil euros (cerca de R$ 22 mil) e uma suspensão de recintos esportivos por um período de 12 meses.
No início deste mês, Vinicius Jr. prestou depoimento sobre o episódio, por teleconferência, à Justiça espanhola. Falando sobre o programa, a ministra lembrou um episódio ocorrido quando era criança e jogava vôlei. "Recebia bombril (palha de aço) como amigo oculto", recordou. "Precisamos de uma comunicação que combata o racismo de frente", acrescentou.
Na conversa com jornalistas, Franco falou que conversou sobre racismo no esporte com a ministra portuguesa Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, além de outros casos de discriminação e xenofobia envolvendo a comunidade brasileira em Portugal.
Ainda são raros os registros oficiais de punições efetivas de portugueses que agrediram e discriminaram minorias étnicas e imigrantes.
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