O professor da escola estadual Georg Keller, de Joinville, investigado pela Secretaria de Estado de Educação e pela Polícia Civil de Santa Catarina por ter apoiado o ataque à creche Cantinho Bom Pastor, de Blumenau, está proibido de se aproximar de escolas e terá que usar tornozeleira eletrônica enquanto o inquérito policial está em curso.
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De acordo com os jornais locais NSC Total e SC Todo dia, as determinações foram feitas pelo juiz Yhon Tostes, que acatou um pedido feito pela Polícia Civil do estado. Além de estar proibido de se aproximar de qualquer instituição escolar — municipal, estadual ou federal —, ele também não deverá manter contato com qualquer estudante que tenha sido seu aluno ou que tenha testemunhado os fatos narrados no inquérito. Ele deverá manter distância de 50 metros dos secundaristas e deverá usar tornozeleira eletrônica para monitoramento.
O docente foi denunciado por pais e alunos após ter uma declaração gravada, durante uma aula do primeiro ano do ensino médio, que apoiou o ataque que resultou na morte de quatro crianças, na quarta-feira (5/4). De acordo com um vídeo gravado por estudantes e obtido pelo jornal local NSC Total, o docente diz que “mataria uns 15,20, entrar com dois facões, um em cada mão e pá, passar correndo e acertando”.
O juiz também determinou que as medidas sejam anunciadas aos órgãos educacionais nas esferas municipais, estaduais e federais, inclusive para que a suspensão do cargo de professor seja emitida na escola em que atua. Até sexta-feira (7/4), a Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina havia afirmado que estava “ciente da situação envolvendo um professor na EEB Dr. Georg Keller e está tomando todas as medidas cabíveis”, mas não falou em medidas de afastamento do docente.
O Correio entrou em contato com a Polícia Civil de Santa Catarina e com a Regional da polícia de Joinville para saber detalhes sobre a investigação, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
Discurso de ódio e apologia ao suicídio fazem parte da conduta do professor
Uma aluna contou ao NSC Total que o assunto começou quando a turma passou a falar, com choque, sobre a tragédia. Em seguida, o professor entrou na conversa e disse que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”, disse.
O episódio não é um caso isolado, afirmam dois alunos e a mãe de um estudante da escola ao NSC Total: o professor já fez comentários racistas, homofóbicos e misóginos, dizem os estudantes. “Ele diz que mulher não deve ter os mesmos direitos dos homens. Ele xinga nas aulas. Ninguém gosta das aulas dele, todos ficam desanimados. O que ele ensina é errado”, disse uma aluna.
Os secundaristas também revelam que o professor já fez, ao menos duas vezes, apologia ao suicídio dentro de sala de aula. Na primeira vez, uma estudante afirmou estar triste e o docente sugeriu que a menina tirasse a própria vida para “poupar oxigênio no mundo”.
O professor também tem o hábito de criticar a aparência dos alunos e fazer piadas ofensivas, além de praticar xenofobia contra alunos venezuelanos. “Além de intolerância religiosa com alunos, xinga as crenças deles”, acrescenta um estudante.
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