O Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) registrou, de janeiro a março deste ano, um total de 121,5 mil denúncias de violações de direitos humanos. Foram mais de 30 mil no período analisado. São Paulo é o estado que teve a maior quantidade de notificações disparadas, com 32.236 ocorrências.
Em todas as regiões as maiores vítimas foram as mulheres, alcançando mais de 60% das denúncias gerais. As idosas são o grupo que mais aparecem nos perfis de denunciantes, na faixa etária de 80 a 84 anos o painel contabilizou 40.905 violações e 5.333 denúncias. Na sequência, está o intervalo de idade entre 70 a 79 anos, com pouco mais de 11 mil denúncias.
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Entre os agressores, o perfil indica que 27.859 denúncias são referentes à mãe, seguido dos filhos com 20.536. Em outro detalhamento sobre a profissão dos autores das violações, os números demonstram possíveis locais onde mais acontecem as ações.
Os cenários em que mais ocorrem as violações são, em primeiro lugar, na casa onde vivem a vítima e o suspeito (57.416 das denúncias) e depois na casa da própria pessoa violentada (36.352 casos). Quase três mil situações também mostram o ambiente virtual como um local propício. Entre os tipos de ocorrência, o da integridade está em 118.357 casos, seguidos da liberdade em 19.637.
Mais de 2 mil denúncias mostram que pedreiros, serventes de obra, pintores, eletricistas ou profissionais da construção civil foram os autores de atitudes inconvenientes. Assim como em mais de 1.700 casos, os agressores foram motoristas - de aplicativos, ônibus, caminhão, entre outros transportes.
As violações cometidas contra pessoas que se intitulam LGBTQIA+ ocorrem em maior grau com lésbicas, o que segue a tendência do direcionamento de violações feitas às mulheres. Foram 306 denúncias e 2.514 tipos diferentes de atentado.
"Agora, de forma aberta, é possível acessar os perfis das vítimas e dos suspeitos, tipos de demandas e fazer a análise das denúncias com uma visão gerencial dos dados que são demandados à Ouvidoria”, observou Sidnei Costa, coordenador-geral do Disque Direitos Humanos.
Apesar de o painel revelar mais detalhes sobre os perfis e quantidades de violações cometidas, há alguns subperfis que os dados ainda não contemplam, como grau de instrução ou faixa de renda. O coordenador aponta que a ferramenta é nova e precisa do incentivo da população em usá-la da forma mais completa possível.
“É preciso que toda a sociedade denuncie violações de direitos humanos para que vidas sejam salvas e o Poder Público tenha dados que orientem as ações. A nova periodicidade e a opção referente ao SIC trazem mais transparência a este processo no qual queremos a participação ativa de todas as pessoas, tanto denunciando violações como atuando no desenvolvimento e promoção de políticas públicas”, ressaltou.
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