O estado de Santa Catarina anunciou, ontem, que entrou em situação de emergência em saúde pública devido ao surto de casos de dengue e de chikungunya. Registros do Ministério da Saúde apontam um aumento de casos em todo o país e está em alerta para enfrentar quadros epidêmicos.
O governo catarinense publicou decreto informando que seis hospitais — Hospital Santa Teresa, Maternidade Carmela Dutra, Hospital Regional de São José, Hospital Governador Celso Ramos, Hospital Infantil Joana de Gusmão e Instituto de Psiquiatria de Santa Catarina, localizados na Grande Florianópolis e geridos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) — estão com alta ocupação de leitos, em decorrência das internações por dengue e doenças respiratórias.
O decreto reconhece, porém, que as unidades estão sem a infraestrutura adequada. Por causa disso, com o decreto de emergência, Santa Catarina poderá ter celeridade nos repasses federais para ajustes necessários na rede hospitalar — sobretudo de atualização de sistemas das redes de gases medicinais, reestruturação predial, modernização de instalações elétricas, hidrossanitárias e ajuste nos projetos de climatização.
Os casos em Santa Catarina chegaram a ultrapassar seis mil na 13ª semana epidemiológica (26 de março a 1 de abril) deste ano, de acordo com a atualização de ontem do InfoDengue — marca maior que o número de casos contabilizados no mesmo período de 2022. A incidência tem sido um pouco maior entre as mulheres na faixa de idade entre 20 a 39 anos.
Situação nacional
Para acompanhar mais de perto o avanço da doença, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para atuar no controle, redução e apoio aos estados e municípios a todos os tipos da doença — dengue, chikungunya e zika — transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. No balanço de ontem, para a dengue foram registrados 476.106 casos, 126 óbitos e 4.538 casos graves confirmados. Há 4.046 municípios com registros da infecção, o que indica uma incidência de 223 confirmações a cada 100 mil habitantes.
No caso da chikungunya, são 58.895 casos, sete óbitos e 26 episódios de morte em investigação. Houve um crescimento de 77% em relação ao mesmo período do ano passado. São 1.591 municípios a apresentar casos da doença, o que mostra uma incidência de 28 registros a cada 100 mil habitantes.
No caso da zika, não há nenhum caso de óbito mas, apesar da baixa incidência da doença, há um aumento de 124% em relação ao ano anterior. São 1.624 casos, sendo que 142 observados em gestantes.
Foram enviados 95 mil kits de detecção da doença e equipes técnicas para o Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins. A programação das equipes do ministério é que as próximas visitas sejam a Santa Catarina, ao Rio de Janeiro e à Bahia.