Metroviários da cidade de São Paulo decidiram em assembleia, nesta sexta-feira (24/3), encerrar a greve, que começou ontem. Os funcionários aceitaram a proposta que prevê abono salarial de R$ 2 mil, bem como um programa de participação nos resultados de 2023, com pagamento no ano seguinte. Os trabalhadores reivindicavam o recebimento da participação retroativa aos anos de 2020, 2021 e 2022. As atividades já foram todas normalizadas.
Durante a assembleia, a presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, afirmou que a proposta da empresa era ruim, mas que a mobilização perderia força caso entrasse pelo fim de semana.
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“Essa proposta é um desrespeito com a categoria que trabalhou durante a pandemia, que está sofrendo nas estações com pouquíssimos funcionários. É um desrespeito. A gente merece muito mais do que isso”, criticou Camila.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) fez uma proposta intermediária, com a sugestão do pagamento de R$2,5 mil de abono, por ano, de 2020 a 2022; do cancelamento de punições; da garantia de não retaliação aos grevistas; e da ausência de descontos por dias parados. O governo e a empresa, porém, mantiveram a proposta original, o que fez a presidenta do sindicato enxergar pouco espaço para negociação. “O ambiente de negociação durante a greve não está existindo ou foi muito insuficiente.”
Catraca livre
A greve chegou a interromper a operação das linhas azul, verde, vermelha e prata. Os servidores propuseram que as viagens fossem mantidas, com liberação da catraca para a população. Em carta aos metroviários, a empresa aceitou liberar a entrada aos passageiros, mediante a suspensão da greve. A medida teve, inclusive, apoio do governador do estado, Tarcísio de Freitas, nas redes sociais.
Ao mesmo tempo, o governo e o Metrô pediram ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), via mandado de segurança, que a Justiça proibisse a liberação das catracas. O pedido foi aceito e deferido pelo desembargador Ricardo Apostolico Silva, que acrescentou, ainda, que 80% dos metroviários trabalhassem durante a greve, nos horários de pico.
Na noite de quinta, a juíza Eliane Aparecida da Silva Pedroso, também do TRT-SP, autorizou que o serviço ocorresse sem a cobrança de passagens e, mesmo assim, a medida não foi adotada.