O promotor de justiça Lincoln Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), era um dos alvos de sequestro e morte da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo a Polícia Federal (PF). A Operação Sequaz foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (22/3), para prender integrantes de organização criminosa que planejava ataques contra servidores e autoridades públicas.
Há 17 anos combatendo ações do grupo, ele foi responsável por transferências de chefes do crime para presídios federais, como Marcos Camacho, o Marcola. Após diversas ameaças, Gakiya vive sob constante escolta.
- PF prende suspeitos de planejar matar autoridades; Moro é um dos alvos
- Moro agradece ação da polícia; criminosos planejaram assassinatos e sequestros
- Marcola é condenado por ordenar assassinar promotor: "O japonês é mais complicado"
Marcola estava na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo. Em dezembro de 2018, foi removido para uma unidade federal.
Lincoln Gakiya chegou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante um dos debates presidenciais no ano passado, afirmando que o governo dele foi responsável pela transferência de Marcola e criticou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não tê-lo removido durante os 14 anos de governo petista. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que determinou a transferência, publicou na época um vídeo concordando com as falas.
“Advirto que não sou petista, mas meu compromisso é com a verdade, independente de partidos políticos. Com todo respeito ao Sergio Moro, ele já se tornou político há muito tempo”, disse o promotor à época.
Operação
A Operação Sequaz cumpre hoje 24 mandados de busca e apreensão e outros 11 de prisão, no Distrito Federal, Roraima, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Nove pessoas já foram presas. As investigações apontam que integrantes da facção planejavam sequestrar e matar servidores públicos e políticos, dentre eles o senador Sergio Moro (União Brasil).
“Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agente públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho”, escreveu o ministro da Justiça e Segurança Pública , Flávio Dino, em postagem do Twitter.