Nove suspeitos de comandar os ataques no Rio Grande do Norte, registrados desde terça-feira (14/3), foram transferidos para presídios federais, na noite de sexta-feira (17/3). A transferência foi a pedido do Ministério Público do estado (MPRN) e do governo local. Os presos estavam no Presídio Rogério Coutinho, localizado no Complexo de Alcaçuz.
Segundo a Secretaria Nacional de Política Penais, os presos transferidos podem ficar custodiados em qualquer uma das cinco unidades federais localizadas em: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). Eles ficarão isolados em celas individuais, com visitas monitoradas e rigorosos procedimentos de segurança.
- Força Nacional chega ao RN e atua contra onda de violência no estado
- MPF pede informações sobre sistema prisional no Rio Grande do Norte
- O que pode estar por trás dos ataques no Rio Grande do Norte
- Clima é preocupante, mas ataques caíram 62%, diz governadora do RN
Os transferidos são acusados de comandar crimes como homicídios e tráficos de drogas, além de estarem envolvidos em planos de fugas e ataques a patrimônios públicos e privados no Rio Grande do Norte.
Com esta transferência, já são 10 custodiados do estado incluídos nas penitenciárias federais desde o início da crise. Até o momento, 103 pessoas já foram presas por causa dos ataques criminosos.
Onda de violência no RN
Nesta semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a autorização de ação da Força de Intervenção Penitenciária Integrada para se unir ao efetivo da Força Nacional que foi deslocado para o Rio Grande do Norte. O estado teve a segurança reforçada com 190 agentes da Força Nacional de Segurança enviados pelo governo federal e por policiais cedidos pelo Ceará e pela Paraíba.
As autoridades atribuem os ataques ao Sindicato do Crime, maior facção do estado. Os criminosos reivindicam melhores condições nos presídios do estado após relatos de tortura e comida estragada. Circula no WhatsApp um "salve" atribuído à facção, convocando seus membros a atacarem "todos os tipos de órgãos públicos, o que for, para toca (sic) o caos no estado". O texto proíbe, porém, roubos a ônibus, hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (Upas). "A população carcerária do estado do RN vem passando por opressões, humilhação, desrespeito, vivendo em uma situação degradante a qual o crime vem sofrendo", diz ainda a nota.
Em novembro do ano passado, um levantamento do Mecanismo Nacional de Combate e Prevenção à Tortura (MNCPT) encontrou uma série de irregularidades no sistema prisional do estado, como marmitas com comidas estragadas, torturas e reclusão de mais de 30 dias, usada como punição. Segundo o órgão, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, cinco das 19 prisões do RN apresentaram graves violações, incluindo casos de presos com tuberculose sendo colocados com detentos saudáveis como forma de punição.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.