O Ministério das Mulheres se posicionou, por meio de nota, nesta sexta-feira (17/3), sobre o assédio e a importunação sexual sofrida por uma participante estrangeira, que foi convidada para participar do Big Brother Brasil 2023. A pasta diz que esse não foi “um caso isolado” e relembra que desde 2018 “importunação sexual é crime no Brasil”.
Na nota, ainda há a ênfase de que autoridades devem fazer cumprir a lei. “Às autoridades, cabe enfrentá-la no rigor da Lei: responsabilizar os agressores e, sobretudo, jamais culpabilizar as vítimas, que devem ser acolhidas e apoiadas”, escreveram.
O ministério reafirmou que, por respeitarem as mulheres, trabalham no fortalecimento da rede de atendimento, em ações às mulheres vítimas de violência e em campanhas de prevenção.
Um recado foi deixado aos meios de comunicação que, na visão da pasta, tem responsabilidade na conscientização dos meios de comunicação e de entretenimento sobre as violências simbólicas que possam reproduzir. "Não podemos mais admitir que casos de assédio e importunação sexual sigam acontecendo no país. Violência contra a mulher não é entretenimento. Seja em casa, na rua ou no trabalho, toda mulher tem o direito de se sentir segura e respeitada”, asseguraram.
Entenda
O cantor Mc Guimê e o lutador Antônio Carlos, o Cara de Sapato, foram expulsos do Big Brother Brasil 23 por assediar a mexicana Dania Mendez, convidada do La casa de los famosos, reaity show do México, durante a festa do líder da última quarta-feira (15/3)
Em um dos momentos, Mc Guimê aparece apalpando as nádegas da mexicana, e em outro, ele tenta tocar nos seios dela. Já Cara de Sapato tentou beijar Dania Mendez, e mesmo após a negativa da mexicana, ele “rouba” um selinho dela.
Lei a nota na íntegra:
Não podemos mais admitir que casos de assédio e importunação sexual sigam acontecendo no país. Violência contra a mulher não é entretenimento. Seja em casa, na rua ou no trabalho, toda mulher tem o direito de se sentir segura e respeitada — o respeito é um valor inegociável.
Desde 2018, importunação sexual é crime no Brasil e, às autoridades, cabe enfrentá-la no rigor da Lei: responsabilizar os agressores e, sobretudo, jamais culpabilizar as vítimas, que devem ser acolhidas e apoiadas.
O episódio de importunação sexual no reality show de maior audiência do Brasil não é um caso isolado. A expulsão dos acusados é necessária, mas estamos longe do tratamento adequado a estes casos. É preciso ir além para que as mulheres jamais se sintam culpadas pela violência sofrida.
No Governo que respeita todas as mulheres, seguiremos trabalhando para o fortalecimento da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência e na construção de ações e campanhas de prevenção. O enfrentamento à violência contra as mulheres é uma luta política urgente que perpassa também a conscientização dos meios de comunicação e de entretenimento sobre as violências simbólicas que eles podem reproduzir.
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