Com ou sem capacete, nus e em suas bicicletas, quase 30 ciclistas desafiaram neste domingo a chuva em São Paulo, a maior cidade da América Latina, para conscientizar os motoristas sobre sua "vulnerabilidade" aos acidentes de trânsito.
Durante a madrugada, na Avenida Paulista, a via mais emblemática da capital econômica do Brasil, muitos estão nus, mas alguns preferem pedalar de roupa íntima.
Um deles está com o corpo completamente pintado de verde. O grupo respondeu a uma convocação do Pedalada Pelada, a versão brasileira do movimento mundial World Naked Bike.
"Estamos nus no meio da maior avenida da América Latina. Isso deixa o nosso corpo vulnerável, a nossa intimidade. E a ideia com o naturismo, o nudismo, é justamente mostrar para as pessoas o quanto nós ainda somos fracos diante da força, da violência dos carros", declarou à AFPTV Allis Bezerra, fotógrafo de 41 anos.
"Este movimento visa mostrar para a sociedade o quanto somos importantes, porque quando utilizamos a bicicleta como meio de locomoção, como meio de transporte, como forma de trabalho, a gente está tirando da cidade um carro que polui o meio ambiente", acrescentou.
A artista Andresa Aguida, 43 anos, pintou a mensagem "pedalada sustentável" no corpo antes de sair de topless pela Avenida Paulista.
"Falta respeito às pessoas porque estamos de bicicleta e as pessoas nos carros são muito impacientes, buzinam, algo do tipo 'vai ou então eu passo por cima de você'".
Um estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) publicado em junho do ano passado mostra que em 2021 o país registrou mais de 16 mil acidentes com internações de ciclistas em estado grave, o que representa a média de 44 por dia.