Auditores fiscais do Trabalho do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), resgataram, durante fiscalizações feitas entre os dias 1º e 8 de março, 11 trabalhadores em condições análogas à escravidão. O grupo laborava no corte manual de pedras, em pedreiras nos municípios de Eliseu Martins e Elesbão Veloso, no Piauí. Também foram encontradas outras 10 pessoas que faziam serviço de forma totalmente irregular, sem o devido registro.
A operação contou com a participação da Polícia Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Trabalho. Segundo uma nota emitida pelo MPT, no município de Eliseu Martins, quatro trabalhadores da pedreira estavam alojados em um barraco de lona sem condições mínimas para ser habitado.
"Não foram disponibilizadas instalações sanitárias, obrigando os empregados a utilizarem o mato para fazer suas necessidades fisiológicas e a tomarem banho ao relento com a utilização de vasilhas. Também não foi providenciado local adequado para o preparo e consumo dos alimentos, os trabalhadores improvisavam fogareiros para prepararem sua comida sem higiene e cuidado necessários."
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O caso em Elesbão Veloso não era menos decadente, e os trabalhadores estavam alojados no alpendre de um mercadinho, e no quintal, em um povoado próximo ao local de trabalho. "Não havia instalações sanitárias, apenas um mictório e um chuveiro, sem portas. Os trabalhadores armaram suas redes nesse alpendre, sem o mínimo de privacidade, e ficavam expostos a quem transitava pela rua. As roupas e objetos pessoais ficavam em bolsas e mochilas espalhadas pelo chão, sujeitos a todo tipo de sujeira."
Os empregadores identificados como responsáveis pela exploração das atividades nas pedreiras foram notificados a tomar providências e a pagar as verbas rescisórias dos empregados resgatados num valor total de R$ 49.714,56, o que foi feito durante a fiscalização.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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