A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, visitou o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (9/3), e anunciou que será erguido um museu no local para marcar a memória da escravidão. Segundo a ministra, os detalhes do projeto serão divulgados em 25 de maio e incluirá um plano para crescimento do turismo na região.
Anielle explicou que o nome do local será decidido pela sociedade civil e a possibilidade de ser chamado de Museu da Escravidão está descartada, pois, em consulta a sociedade civil, o nome foi rechaçado.
“A gente vai restabelecer esse comitê junto com o Ministério da Cultura, o BNDES, tantas outras participações. A gente está aqui para reafirmar o compromisso do presidente Lula e firmar um compromisso com o povo preto, com a memória e reparação que a gente tem pra esse lugar, um lugar histórico. A primeira favela, isso aqui tem um significado muito grande e importante, quero deixar claro que a gente vai está construindo isso juntos, de mãos dadas”, garantiu.
Uma comitiva composta pela primeira-dama, Rosangela Lula da Silva, a Janja, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, participou do evento no Cais Valongo.
O local, que foi o principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, recebeu, aproximadamente, um milhão de escravos em 40 anos. Ganhou o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em 2017, por ser símbolo da memória da violência contra a Humanidade, representada pela escravidão. Um comitê formado pelo Ministério da Igualdade Racial, da Cultura e o BNDES vai estruturar ações de ocupação, sinalização e intervenções no local que é considerado um sítio arqueológico.
“O Ministério da Cultura, da Igualdade Racial, junto com a sociedade civil, o BNDES, todos juntos, tem se movimentado para realizar esse grande ato, esse grande momento que é tão esperado por nós, afro-brasileiros, que é esse lugar, esse museu”, afirmou Margareth Menezes.
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