VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Advogado é condenado pela morte da amante e da filha dela, de 1 ano e 8 meses

Willian Assis confessou ter matado Fernanda Caroline Dias após uma discussão em que a mulher revelou estar grávida dele

Correio Braziliense
postado em 31/03/2023 16:46 / atualizado em 31/03/2023 17:21
 (crédito: pacifico)
(crédito: pacifico)

Um advogado de Minas Gerais foi condenado a 42 anos e dois meses de prisão por assassinar a amante e a filha dela, de um ano e oito meses. Willian Rodrigues de Assis confessou ter matado Fernanda Caroline Dias após uma discussão na qual a mulher revelou estar grávida dele e ter insistido que ele se separasse da esposa.

O homem também matou a bebê Pietra Dias e abandonou o corpo dela às margens da BR-040 com um bilhete falso que apontava a mãe como a responsável pela morte. As informações são do jornal Estado de Minas.

A condenação foi determinada pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte (MG), na quinta-feira (30/3), após uma investigação de dois anos e dois meses que resultou em uma acusação contra Willian Rodrigues de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e multa. O homem está preso desde abril de 2021, quando confessou o crime.

O caso veio à tona após o corpo de Pietra ser encontrado às margens da BR-040, próximo à região do Barreiro (MG), com sinais de espancamento e marcas no rosto, em 25 de janeiro de 2021. Junto ao cadáver estava um bilhete assinado com o nome de Fernanda, no qual ela dizia que não tinha condições de continuar a criação de Pietra e iria “sumir no mundo” para viver como prostituta.

Pietra e Fernanda já haviam sido dadas como desaparecidas em 23 de janeiro, quando a mãe da mulher registrou um boletim de ocorrência sobre o sumiço das duas. A polícia começou a investigar o caso com foco em descobrir o paradeiro de Fernanda.

As investigações apontaram que Willian tinha um relacionamento extraconjugal com Fernanda desde novembro de 2020, quando ela estava grávida de Pietra. Além disso, exames grafotécnicos conduzidos pela perícia apontaram que a letra do bilhete encontrado com o corpo de Pietra era similar ao do advogado.

Confrontado pela polícia, o homem confessou o crime, que foi motivado pela insistência de Fernanda em fazê-lo deixar a esposa após descobrir estar grávida dele. Willian não revelou, no entanto, onde escondeu o corpo da amante, o que foi visto pela juíza à frente do caso, Myrna Fabiana Monteiro Souto, como uma “conduta gravíssima” por não permitir que a família providenciasse “um sepultamento digno” para a vítima.

De acordo com o relatório de investigação, obtido pelo g1 Minas Gerais, Willian marcou, no dia do crime, um encontro com Fernanda, que levou a filha com a ela. Os três entraram no carro do homem e o advogado e Fernanda começaram a discutir. Willian dirigiu até um terreno dele, na zona rural de Congonhas, e a discussão continuou fora do carro.

Uma testemunha informou à polícia que Fernanda empurrou o homem, que reagiu e fez com que a mulher caísse e batesse a cabeça na carroceria do carro. Caída, ela continuou a ser agredida por Willian. Depois, o homem teria colocado o corpo da vítima em um latão, jogado gasolina e tentado atear fogo no corpo dela, mas não conseguiu.

Em depoimento para a polícia, Willian disse que, após Fernanda cair e bater a cabeça na frente do carro, ele se desesperou, voltou para casa e, no dia seguinte, tentou atear fogo novamente no corpo e jogou os resquícios no rio Maranhão. No mesmo dia, ele afirma ter trocado o carro dele pelo da mulher e ter dirigido até Belo Horizonte e abandonado a criança, ainda viva, na beira da rodovia.

O Correio tentou buscar a defesa de Willian junto a PCMG para ouvir o direito de resposta do homem, porém sem sucesso. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

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