Um esforço concentrado do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), da Central Única das Favelas (Cufa), do Data Favela e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciado neste sábado, fará com que o Censo do IBGE 2023 chegue até as áreas que ainda não foram cobertas pelos recenseadores. Em Heliópolis (SP), 150 recenseadores começarão o trabalho pontual para encerrar o Censo Demográfico com maior cobertura nas favelas.
“Esse diagnóstico de quem somos, como somos, como vivemos e o que queremos para as nossas vidas são os dados necessários para o poder público e para a iniciativa privada. Vamos lá, Heliópolis (SP) precisa de um salão de beleza ou precisa de um restaurante? Na iniciativa privada esses banco de dados do IBGE movimenta a economia, se ele não tiver um banco de dados completo, nós estamos fadados a não ter crescimento com qualidade de vida”, relacionou a ministra.
De acordo com a presidente da Cufa, Kalyne Lima, estão dentro da ação cinco mil favelas mobilizadas, em 500 cidades que recebem o trabalho da central. “Por mais que a gente entenda que a pop de favela receba os recenseadores, mas às vezes as dificuldades não são só de receber ou não, é uma pop que passa 10, 12 horas fora de casa trabalhando. O que estamos propondo aqui é o direito.”
O MPO também contribui, junto com mais cinco ministérios, para que o Censo faça ações pontuais na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima e no Amazonas. A conclusão será no final deste mês.
A coleta de dados, que começou em agosto do ano passado, já abrangeu mais de 91% da população e, desde 1º de março, o órgão está na etapa de apuração de dados, o que ocorre em paralelo às ações pontuais, como a de hoje. A previsão é de que os dados preliminares sejam anunciados em 2 de maio.
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O Censo brasileiro ficou dois anos sem ser refeito e passou por um processo de desmonte quando retornou. Os recenseadores tiveram as mais diversas dificuldades, desde o enfrentamento da população a receber os profissionais, até assédio sexual das recenseadoras mulheres. Por isso, é importante o lançamento de ações que consigam dar conta do prejuízo.
“O Censo é fundamental para políticas públicas baseadas em evidências. Os moradores da favela serão esses beneficiários dos resultados do Censo. Ministra, a importância institucional da senhora estar aqui é fundamental, não só do planejamento baseado em evidências, mas pelo orçamento que virá a partir do Censo”, relembrou Renato Meirelles, presidente do DataFavela.
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