O Ministério da Mulher se posicionou, nesta sexta-feira (24/3), sobre o caso do funcionário da Petrobras, Cristiano Medeiros de Souza, que acumula denúncias de servidoras da estatal por assédio sexual. Em nota, a pasta afirma ter iniciado o diálogo com a Petrobras e estar à disposição para trabalhar o aperfeiçoamento de mecanismos internos para enfrentamento ao assédio.
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De acordo com boletim de ocorrência obtido com exclusividade pelo g1, o funcionário teria feito diversas tentativas de assédio com a moça e utilizado da "condição de superior hierárquico inerente ao seu cargo". O caso teve início com um convite para que a funcionária fosse ao apartamento do homem para fazer uma faxina. Na sequência da oferta, ele emendou o comentário: "Se você fosse trabalhar lá em casa, eu ia te comer toda hora". Com as negativas, a agressividade da importunação piorou, com repetidas insinuações, ofensas e toques na mulher.
“Infelizmente, não se trata de um caso isolado. Romper o silêncio das vítimas é um dos principais desafios no enfrentamento à violência e ao assédio contra mulheres no trabalho, seja pelo não reconhecimento da violência, seja pela falta de ferramentas para denúncias internas ou ainda pelo medo de sofrer represálias”, apontou o ministério.
A pasta ainda relembrou o pacote de ações que lançou no Dia Internacional das Mulheres deste ano, que inclui a elaboração da política de enfrentamento aos assédios sexual e moral, além da criação de protocolo de apuração e denúncia.
De acordo com a Petrobras, o petroleiro está fora do quadro de servidores da empresa. Desde junho do ano passado, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro moveu uma ação contra ele por ao menos três importunações sexuais a uma auxiliar de limpeza. Além dessa, há mais duas acusações pelo mesmo motivo contra Cristiano. Todas estão em investigação na Polícia Civil e já estão com o MP. A defesa do homem nega.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) também emitiu nota, nesta quinta-feira (23/3), criticando a cultura na empresa e afirmando a necessidade mudança. “É fundamental que a empresa adote medidas concretas com punições exemplares para prevenir e combater esse tipo de violência, como a criação de canais de denúncia efetiva e o fortalecimento das políticas de igualdade de gênero e respeito à diversidade”, alegaram.
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