Em entrevista ao programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — nesta terça-feira (14/3), a ministra Maria Elizabeth Rocha do Supremo Tribunal Militar (STM) lamentou a luta que as mulheres ainda tem de realizar para conquistar posições sociais semelhantes as masculinas. Maria Elizabeth foi nomeada ministra da Corte Militar, em 2007, pelo presidente Lula ocupando uma das três cadeiras previstas para a advocacia.
“É preciso que haja conquistas que são tão lentas, tão paulatinas, tão gradativas para que todos os espaços sejam igualmente ocupados. Infelizmente nós ainda vivemos numa sociedade patriarcal, onde as mulheres são relegadas a segundo plano, onde elas não conseguem caminhar e disputar os mesmos espaços de poder que os homens, mas os direitos civis não são dados, eles são conquistados arduamente e com muita luta.”
- Rui Costa sobre ferramenta de espionagem da Abin: "Caso será levado à CGU"
- Senado aprova convite de Campos Neto para dar explicações sobre juros
Entre os 15 membros que compõem o STM, Rocha é a única mulher. A ministra afirmou em entrevista que ser a única mulher na corte é "instigante", mas frisou que faz questão de marcar posição do olhar feminino no trabalho.
"É diferente, e nesse sentido eu sinto algumas resistências sobretudo no que diz respeito às mulheres, quando as mulheres são rés ou vítimas de algum processo, de algum agravo, de algum crime. Isso eu sinceramente te digo que não me intimida, ao contrário, me estimula a continuar a minha batalha, a minha luta. Eu estou no Superior Tribunal Militar porque muitas sufragistas morreram para eu ocupar esse lugar, porque muitas mulheres lutaram para que a mulher, o sexo feminino pudesse entrar nas universidades”, explicou.
No período em que esteve como presidente do Supremo Tribunal Militar, Rocha trabalhou na digitalização dos arquivos do Tribunal do período do regime ditatorial brasileiro.
“Tive a oportunidade de degravar todos os processos históricos, todas as sustentações orais que tinham tido gravadas em celuloide durante o período do regime militar e dos réus que tinham sido julgados sob a égide da lei de segurança nacional. Eram fitas de rolo que estavam se perdendo e tinham sustentações orais ali do Dr. Heleno Cláudio Fragoso, do Dr. Sobral Pinto, dos grandes advogados deste país que defenderam na tribuna daquele tribunal os presos políticos, a liberdade e a democracia.”
Vagas do STF
Em relação a indicação da vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula, a ministra Maria Elizabeth Rocha afirmou que é importante que a vaga seja ocupada por uma pessoa que respeite os direitos individuais e as garantias dos direitos previstos na constituição brasileira. A primeira vaga de Lula será aberta com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski. Em outubro, Rosa Weber deixa o tribunal.
“Eu acho que independente do gênero, o perfil importante é um perfil garantista, alguém que realmente respeite os direitos individuais e que firme posições sólidas nesse sentido. O Supremo é a corte máxima do Brasil, então toda aquela decisão que ele prolata tem repercussão no judiciário e no próprio conselho nacional de justiça, consequentemente na sociedade", pontua.
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.
Saiba Mais
- Diversão e Arte BBB 23: Quem é Dania Mendez, a mexicana que vai entrar na casa
- Diversão e Arte BBB 23: intercâmbio com o México troca Key Alves por Dania Mendez; entenda
- Cidades DF Menino picado por escorpião completa 71 dias na UTI
- Brasil MST desocupa fazenda no interior da Bahia, mas promete novas invasões
- Diversão e Arte Espetáculo formado 100% por mulheres liga o feminino e a natureza
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.