ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Mãe denuncia estupro de criança em escola de BH: "Meu mundo caiu"

Polícia investiga denúncia sob sigilo; criança reclamou de dores e contou à mãe que um "tio" da escola tocou suas partes íntimas na escola em BH

Silvia Pires - Estado de Minas
postado em 03/03/2023 14:56 / atualizado em 03/03/2023 14:56
 (crédito: PCMG/Divulgação)
(crédito: PCMG/Divulgação)

A mãe que denunciou à polícia uma suspeita de estupro da filha de 3 anos na escola está devastada. "Meu mundo caiu", diz a fotógrafa Rayanne Ferreira, de 31 anos.

Ela tem duas meninas, de 3 e 8 anos, matriculadas na instituição. Ao chegar com as meninas da escola na quarta-feira, ela conta ter ouvido a filha chorar durante o banho. Ao perguntar o que havia acontecido, a menina se queixou de dores nas partes íntimas.

 "Na hora eu pensei que fosse infecção urinária, porque ela já teve uma vez quando era mais nova. Pensei, deve ser isso. Quando eu fui olhar, o canal vaginal dela estava muito vermelho", conta.

Rayanne então desconfiou do abuso. "Perguntei, 'filha, alguém mexeu na sua leleca?'. Na hora, ela ficou sem expressão no rosto e me respondeu, com um pouco de constrangimento, que o 'tio' da escola tinha enfiado o dedo na vagina dela", disse.

"Naquele momento meu mundo caiu. Quem me conhece sabe o tanto que eu converso com elas sobre quem pode tocar, quem não pode. Essa sempre foi minha preocupação, principalmente no integral que ela ia ficar lá o dia todo", relatou a mãe, emocionada.

A criança deu detalhes de como ocorreu o abuso. "Ele foi levá-la ao banheiro, ela fez cocô, depois xixi. Quando ele foi limpar, enfiou o dedo. Ela me mostrou como ele fez, disse que ele estava com unha, que machucou", disse Rayanne.

Polícia investiga abuso

A mãe da criança registrou boletim de ocorrência e compareceu à escola na presença da Polícia Militar (PM). O suspeito, no entanto, não estava no local.

A Polícia Civil informou que, até o momento, nenhum suspeito foi conduzido à delegacia. Por se tratar de estupro de vulnerável, o caso está sendo investigado sob sigilo. A polícia analisa as imagens de segurança da instituição e exames médicos.

A mãe acusa a escola de negar assistência a ela e à filha. Ela afirma que a direção da instituição duvidou do relato, tratou o caso com deboche e tentou impedir o acesso à gravação das câmeras de segurança. "Eu liguei na escola, contei o que havia acontecido e a responsável só disse: 'impossível'.", contou Rayanne.

"O descaso deles é o que mais me dói. Não me deram assistência nenhuma, em nenhum momento perguntaram como a minha filha estava", completa a mãe.

Por meio de nota, a escola negou a versão da mãe e disse que, desde o início, se colocou à disposição das autoridades. "Em momento algum foi negado ou dificultado o acesso a qualquer fato que fosse tido como prova", informou. A instituição ainda afirma que repudia qualquer tipo de violência.

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