O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançaram ontem, na Unidade Básica de Saúde 1 (UBS) do Guará, em Brasília, o programa 'Movimento Nacional pela Vacinação'. Durante a cerimônia, que durou cerca de 20 minutos, o vice-presidente, que é médico de formação, aplicou no petista a dose de reforço com a vacina bivalente para covid-19. "Hoje eu tomei a minha quinta vacina, se tiver a sexta eu vou tomar sexta, se tiver a sétima eu vou tomar. Sabe por que eu vou tomar vacina? Eu tenho 77 anos, eu tomo vacina porque eu gosto da vida", disse o presidente.
Logo após receber a dose imunizante, o presidente, antes de falar, mostrou seu cartão de vacinação, e em seguida lembrou da vacinação de H1N1 em 2010, no segundo mandato. "A gente tem consciência que o Brasil já foi o país campeão mundial de vacinação. Era o país mais respeitado do mundo pela capacidade das nossas enfermeiras e dos nossos enfermeiros em dar injeção em todo o povo brasileiro. Eu não sei se vocês estão lembrados, em 2010 veio uma tal de uma gripe H1N1, em três meses nós vacinamos 80 milhões de pessoas, muito mais do que foi vacinado em dois anos de covid" comparou Lula.
Negacionismo
O presidente insistiu na necessidade de se combater o negacionismo em relação à vacinação. Ponderou que cada um pode ter o direito de não se vacinar, mas que não pode negar isso aos filhos. "Que a gente não acredite no negacionismo, que a gente não acredita nas bobagens que falam contra a vacina. Você pode até não gostar de você e não querer tomar a vacina, mas você tem obrigação de gostar da sua filha, do seu filho, da sua mãe, do seu pai, e é importante a gente garantir que as pessoas tomem a vacina para evitar desgraças maiores na vida da gente" disse o presidente.
Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula criticou aqueles que escolhem não se imunizar. "Vocês sabem que não querer tomar a vacina é um direito de qualquer um, mas tomar vacina é um gesto de responsabilidade, um gesto de garantia que você vai passar para a sua família", afirmou o presidente.
Ele encerrou a fala pedindo que a população procure saber quando o imunizante está disponível para buscar a unidade de saúde mais próxima. "Na hora que vocês lerem um aviso, na televisão, no rádio, na internet, não sejam irresponsáveis, se tiver vacina, vá lá tomar vacina, a vacina é uma garantia de vida". E completou: "Tome vacina, não tenha medo do Zé Gotinha, o Zé Gotinha significa só amor e nada mais que isso. Todo mundo deve tomar a vacina para que o Brasil fique curado da pandemia".
Na abertura da cerimônia, a ministra Nísia Trindade, ao anunciar os nomes dos presentes, escutou um início de uma vaia ao citar a governadora Celina Leão (PP). A uma plateia de apoiadores do presidente Lula, a chefe da pasta da Saúde enfatizou o slogan do governo 'União e Reconstrução'. "Vamos proteger nossas vidas, esse movimento tem que ser do governo federal, dos governos estaduais, dos governos municipais, de toda a sociedade, é um movimento em defesa da vida, união e reconstrução, viva o SUS e viva a volta do Zé Gotinha", exortou a ministra.
Durante o discurso, Trindade abordou a necessidade de haver uma ação integrada entre os entes federativos. Semanas atrás, ela exortou o engajamento da sociedade em favor da imunização. "A vacina tem que deixar de ser um tema de preocupação, tem que passar a ser a rotina de toda a nossa sociedade, sabemos que isso levará um tempo e esta é a nossa principal meta para este ano: recuperar a confiança nas vacinas, na ciência, na saúde e também aumentar essa cobertura vacinal", disse em 16 de fevereiro.
Após o discurso da ministra da Saúde na UBS 1 do Guará, iniciou-se a vacinação. Odete Pessoa Silva, de 84 anos, foi a primeira a receber a dose de reforço da vacina bivalente contra a covid-19.
A iniciativa do governo federal prevê ações para ampliar as coberturas de todas as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), a data também marcou o início da vacinação com o imunizante bivalente contra a covid-19, que, no primeiro momento, terá reforço de doses para os grupos prioritários.
Chegada do inverno
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, a epidemiologista Ethel Maciel, a campanha contra a covid-19 é fundamental antes do inverno, "Nós estamos numa pandemia ainda, neste momento estamos nos preparando para o inverno, é uma vacinação que tenta proteger as pessoas antes do inverno que vai ter uma transmissão maio", e completou "Temos a meta de atingir 90% de cobertura vacinal em todos os grupos e essa ação é uma das prioridades do governo federal".
As campanhas de vacinação para outras enfermidades devem começar apenas em maio com ações em escolas. "A gente vai ter uma ação específica contra sarampo e pólio nas escolas, vai ser em maio. Vamos fazer um trabalho nas escolas, chegar com uma campanha educativa primeiro, antes da vacinação, e assim conseguir a aceitação das famílias", falou a secretária.
O ministério informou que nessa primeira etapa, a vacinação com doses de reforço bivalentes da Pfizer será para pessoas com maior risco de desenvolver as formas graves da doença. A faixa etária e os grupos prioritários variam e cada município deve organizar esse grupos conforme o recebimento das doses. No início devem ser vacinados idosos acima dos 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Cerca de 18 milhões de brasileiros fazem parte desse grupo e o governo já distribuiu cerca de 19 milhões de doses para todos os estados e o Distrito Federal.
A meta do governo federal é recuperar a cobertura vacinal para patamares de 90% em todos os grupos. Para isso, o Ministério da Saúde promete construir uma relação tanto com sociedades científicas quanto com estados e municípios. (Colaborou Ândrea Malcher)
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