Seis homens foram presos suspeitos de atirar contra policiais militares na região do rio Uraricoera, no Território Indígena Yanomami, na última quinta-feira (23/2). Segundo estimativas do governo federal, cerca de mil garimpeiros ainda resistem em deixar a terra indígena em Roraima.
Entre os suspeitos detidos estão um homem de 50 anos e cinco jovens, com idades entre 22 e 26 anos. O Ibama informou que os criminosos atiraram contra agentes do órgão que haviam abordado uma das embarcações. Os criminosos desciam o rio Uraricoera em sete "voadeiras" de 12 metros carregadas de cassiterita.
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O ataque de tiros ocorreu horas antes da prisão dos acusados, ainda na quinta. O primeiro confronto armado ocorreu no momento em que o governo recrudesceu a operação de retirada dos invasores.
Ao avistarem a presença dos policiais, quatro das pessoas fugiram em uma canoa. E uma outra embarcação foi detida pela equipe policial.
"Hoje, no nosso monitoramento, tem menos de mil garimpeiros lá dentro", disse ao Estadão o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. "Fizemos uma reunião de avaliação e a determinação que demos à Polícia Federal é que as pessoas que são mais resistentes, reincidentes, doravante a ação vai ser mais forte, no sentido de agilizar a saída, com prisões e apreensões", afirmou.
Segundo dados iniciais de integrantes da cúpula do governo, entre 10 mil e 15 mil garimpeiros invasores estavam no Território Indígena Yanomami, o maior do país, quando a operação começou. Representantes dos povos indígenas falavam em cerca de 20 mil.
A concentração dos trabalhadores ilegais e a saída da reserva vêm sendo pressionadas e monitoradas por policiais federais, Força Nacional e militares das Forças Armadas, além de agências ambientais.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro