Jornal Correio Braziliense

POVOS ORIGINÁRIOS

Entidades ianomâmis denunciam entrada de garimpeiros no Pico da Neblina

Localizado no município de Santa Isabel do Rio Negro, norte do estado do Amazonas, na Serra do Imeri, o Pico da Neblina é o ponto mais alto do Brasil e é considerado sagrado

Com a mobilização de forças de segurança na Terra Indígena (TI) Yanomami, parte dos garimpeiros tem se deslocado de áreas onde há mais repressão para outros pontos. O alerta é da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes, da Associação de Mulheres Yanomami Kumirayoma e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro.

As lideranças denunciam o aumento de garimpeiros no entorno do Pico da Neblina, lugar sagrado para os yanomami. "De longa data, é conhecido, por parte dos ianomâmis, o movimento de pequenos garimpos manuais na região, sendo também a área do Pico da Neblina um dos locais de acesso para outros garimpos na Venezuela", escrevem, em carta endereçada ao Ministério dos Povos Indígenas, à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e à administração do Parque Nacional do Pico da Neblina.

Localizado no município de Santa Isabel do Rio Negro, norte do estado do Amazonas, na Serra do Imeri, o Pico da Neblina é o ponto mais alto do Brasil, com 2 995,30 metros de altitude, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

No documento enviado às autoridades, os indígenas mencionam a chegada de máquinas para mineração ao local e de um "garimpeiro baleado em conflito dentro do garimpo", no último dia 3. Segundo relato dos líderes, o acompanhante do homem ferido ameaçou o secretário da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes, Vilmar da Silva Matos, após os líderes se negarem a ajudar a transportá-lo para outra unidade de saúde. O garimpeiro buscou socorro no Polo Base da comunidade de Ariabu.

O que as associações pedem ao governo federal é que o território de Maturacá seja incluído nas ações de enfrentamento ao garimpo ilegal. "Solicitamos que as denúncias de invasão garimpeira na área do Pico da Neblina sejam apuradas com a máxima urgência, considerando a segurança das comunidades yanomami da região com uma população de mais de 3 mil pessoas", acrescentam.

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