Jornal Correio Braziliense

CORRIDA

Novo aplicativo de transporte aposta em cidade mineira sem competidores

Cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte tem uma cobertura baixa de motoristas de outros aplicativos e ainda depende muito dos táxis

Um novo aplicativo de transporte de passageiros começou a operar em Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte, município que até então conta sobretudo com o táxi para esse tipo de serviço. Com outras cidades menores no portfólio, a Olá passageiros tem encontrado espaço no mercado enquanto as grandes empresas do setor têm problemas de cobertura.

Nucêncio dos Santos, de 60 anos, mototaxista de Juatuba há 20, explica que o Uber, por exemplo, muito raramente tem motoristas trabalhando na cidade — como as tarifas são muito baixas e o número de passageiros é pequeno, a cidade não é atrativa. “Agora, esse novo aplicativo está com quatro ou cinco carros parados no Centro, indo até os bairros. Acho que vai funcionar”, comentou.

A empresa não quis falar com a reportagem sobre o início das operações na região metropolitana. Questionada, ela respondeu apenas que está “iniciando um projeto na cidade de Juatuba” e que “ainda é cedo para alguma avaliação”. Ela já funcionava nas cidades de Ponte Nova, Urucânia, Manhumirim e Divino, todas na Zona da Mata.

‘Espaço para todos’

Trovão, como é conhecido na cidade o taxista Eduardo Carvalho, de 60 anos, não tem nenhum problema com mais um concorrente na praça. “Tem espaço para todos hoje em dia. Eu não tenho nada contra”, afirmou o veterano.

Também compartilha essa opinião o taxista Charles de Moura, de 51 anos. Alguns taxistas, contou, estão achando ruim a nova empresa, mas não ele. Charles não é dono do táxi onde trabalha e não vê nenhum impacto negativo no seu serviço.

Regulamentação

A prefeitura de Juatuba foi questionada se a Olá passageiros está regularizada para funcionar na cidade, e a reportagem irá publicar a resposta assim que a receber. Também foi questionada se existe legislação municipal especial para regular esse tipo de serviço.

Na capital, as empresas de transporte de passageiros não precisam de autorização para operar na cidade, por não configurar como transporte público. A defesa é que o aplicativo apenas intermedeia motoristas particulares e passageiros, e não seria análogo ao táxi.

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