Jornal Correio Braziliense

Território Yanomami

Espaço aéreo de Roraima fica aberto até maio para saída de garimpeiros, diz FAB

Trânsito aéreo teria fim nesta segunda-feira (13/2), mas FAB informou que corredores seguirão abertos para que não indígenas saiam do local de forma coordenada

O espaço aéreo da região Norte do país seguirá aberto até 6 de maio em razão da Operação Escudo Yanomami 2023. É o que informa a Força Aérea Brasileira (FAB) nesta segunda-feira (13/2). O corredor permite a saída de garimpeiros de terras indígenas.

A ação da força-tarefa do governo federal contra o garimpo na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, entrou na terceira fase, com a destruição de aviões, helicópteros dragas e equipamentos usados na extração ilegal de ouro. 

Os três corredores humanitários de voo foram abertos no último dia 6, com o intuito de possibilitar a saída coordenada e espontânea das pessoas não indígenas das áreas de garimpo ilegal por meio aéreo.

A ativação da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) teve início após um decreto assinado pelo presidente Luiz inácio Lula da Silva (PT). As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA). A ZIDA vai controlar "todos os tipos de tráfego aéreo suspeito ilícito".

Os garimpeiros ilegais tentam deixar a região e até chegaram a reclamar do alto preço dos voos clandestinos para sair do local. O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta.

Antes da autorização, a Polícia Federal e o Ibama abordavam todas as embarcações e prendiam os equipamentos, o barco e as pessoas. Agora, algumas embarcações estão sendo autorizadas a seguir viagem.

Balanço da operação 

No último sábado (11), uma operação destruiu uma área de garimpo ilegal localizada a menos de 15 quilômetros de distância de uma comunidade onde vivem os indígenas isolados Moxihatëtëa, na Terra Indígena Yanomami. A informação foi divulgada pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

O garimpo ilegal no local foi descoberto na sexta-feira (10), durante um sobrevoo de agentes da ação coordenada entre Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Força Nacional e Polícia Federal.

Também na sexta os fiscais do Ibama destruíram mais um helicóptero, um avião e maquinários usados por garimpeiros ilegais para extrair clandestinamente minérios da Terra Yanomami. A operação ocorre com foco na destruição de toda estrutura usada pelos garimpeiros e para interromper o envio de suprimentos para o garimpo e o possível escoamento do minério extraído ilegalmente.

Para o devido atendimento à comunidade indígena, foram enviados aparelhos de raio-x e ultrassonografia; farmácia e laboratório, que possibilita a realização de exames laboratoriais; e unidade celular de saúde, leitos de internação para pacientes ambulatoriais e estabilização de pacientes mais graves que precisem ser removidos para Unidades de Saúde mais complexas; dentre outros.

Em 20 dias, militares que atuam na linha de frente do hospital já realizaram 1.158 atendimentos, entre eles: cirurgia, ortopedia, pediatria, odontologia, cardiologia, ginecologia, entre outros.

Malária 

O Ministério da Saúde começou a distribuir testes rápidos de malária dentro de seis regiões na Terra Indígena. Com seis mil kits, a expectativa é que a testagem seja usada durante os 10 dias de ações dos agentes de saúde, com a entrega de novos testes a partir do envio de novos profissionais da Força Nacional do SUS.

"Foram definidos os pontos iniciais em que haverá o uso dos testes. Serão eles: Auaris, Surucucu, Missão Catrimani, Maloca Paapiú, Kataroa e Waphuta", informou o enfermeiro e responsável pelo núcleo 5 de combate a doenças em eliminação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Alex Bauman.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro 

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