Jornal Correio Braziliense

Questão Indígena

Ibama inicia operações de incursão no garimpo ilegal da TI Yanomami

Ibama começou as operações de incursão em garimpos de duas comunidades indígenas ianomâmis. A ação ocorreu antes do plano oficial do governo federal, que tem a coordenação do Ministério da Defesa

As primeiras operações de incursões em garimpos na Terra Indígena (TI) Yanomami iniciaram com a coordenação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Correio confirmou que as ações foram feitas, de forma pontual, em duas comunidades, Homoxi e Palimiú. Os locais têm alto movimentação de garimpo ilegal e foram escolhidos pela existência de pistas, que possibilitam o pouso de aviões. 

A operação do órgão de fiscalização ambiental iniciou antes da operação oficial montada pelo governo federal, que está sob a coordenação do Ministério da Defesa, junto  ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que comanda a Polícia Federal. Como o Correio adiantou, o plano está previsto para ser executado a partir de sexta-feira (10) e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tem desembarque previsto para amanhã (8), em Roraima.

No Ministério da Defesa, apesar do ministro ter garantido que todos os ministérios envolvidos no enfrentamento da crise humanitária serão ouvidos e participarão das ações, fontes confirmaram à reportagem que ainda não há um trabalho totalmente integrado.

O Ibama está seguindo as determinações da portaria publicada em 2 de fevereiro, que instituiu a Sala de Situação e Controle da TI Yanomami, localizada na Superintendência do Ibama de Boa Vista, em Roraima. 

Segundo fontes ministeriais e de acordo com a portaria, o órgão está utilizando a própria estrutura, nas primeiras ações utilizaram aeronaves pequenas, já que a incursão na área é feita quase que exclusivamente por via aérea. O mesmo acontece com o operacional, as idas a campo não tiveram a participação dos agentes da Superintendência da Polícia Federal do Amazonas, que estão à frente da operação.

As regiões visitadas pelos agentes ambientais foram citadas no Relatório "Yanomami sob ataque", divulgado pela Hutukara, em abril do ano passado, porque tiveram, em quatro anos, o dobro de suas áreas devastadas pelo garimpo ilegal.

Entre 2020 até o fim de 2021 houve um salto, atingindo cerca de 3.272 hectares, o que significou 1.038 hectares a mais em um ano. O Ibama tem o poder de polícia administrativa, já que pode aplicar multas e inoperar equipamentos.

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