A 2ª Vara Criminal de Uberaba condenou nesta semana, em primeira instância, pai e filho a uma pena de 15 anos. Os dois haviam usado uma babá como ‘laranja’.
Foram comprovados pela Justiça os crimes de receptação qualificada e lavagem de dinheiro, ou seja, empresas do segmento agrícola dos condenados adquiriram maquinários agrícolas, produtos de crimes, e, como pagamento, receberam veículos de luxo, que foram transferidos para o nome de uma babá, visando ocultar o patrimônio ilícito.
Segundo informações da sentença do juiz Fabiano Garcia Veronez, a pena do pai foi de sete anos, três meses e seis dias, no semiaberto. Já a condenação do filho foi de oito anos, dois meses e 24 dias, em regime fechado.
Na sentença também consta que, para omitir a movimentação financeira, os condenados usaram nomes e contas bancárias de duas funcionárias, uma delas, babá da família do filho. Para elas, transferiram veículos para serem vendidos, sendo que em suas contas bancárias depositaram o dinheiro das vendas.
Na conta de uma "laranja" houve movimentação de R$ 700 mil em apenas três meses de 2021. Já na conta da outra mulher foram movimentados R$ 2 milhões, entre outubro de 2020 e novembro de 2021.
Prisões
Os condenados foram presos pela Polícia Civil de Uberaba no fim de agosto do ano passado (na época considerados suspeitos).
Primeiramente, houve a prisão do filho, e, uma semana depois, a do pai. Na época, em 26 de agosto do ano passado, o delegado Thiago Cruz declarou que ficou comprovado que o pai teria participado da adulteração de dois maquinários agrícolas, em empresas da família. “As duas máquinas agrícolas foram apreendidas. Em uma delas consta o motor de um caminhão registrado em São Paulo. Verificamos o local, e há sinais de poluição ambiental, ou seja, crime ambiental", declarou o delegado.
Já no dia 19 de agosto de 2022, a Polícia Civil de Uberaba prendeu o filho, apontado na época como suspeito de utilizar a babá da família como ‘laranja’. Nesse dia, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e 11 sequestros de veículos, avaliados em cerca de R$ 2 milhões, entre eles maquinários agrícolas (tratores, caminhões e pá-carregadeiras) e veículos de luxo, que seriam produtos de furtos, roubos e receptação.
Nessa época, no nome da babá, a polícia divulgou que teriam sido movimentados 16 veículos, contabilizando o patrimônio dela em aproximadamente R$ 3 milhões.