Um jovem de 22 anos morreu após uma abordagem da Polícia Militar na manhã desta quarta-feira (22/2), na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. Conforme registro feito por uma médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a vítima estava sob efeito de drogas no momento do ocorrido. Mas uma testemunha afirmou que o jovem foi atingido de forma truculenta pelos militares.
Apesar de a testemunha ter afirmado que a vítima foi atingida com um soco por um dos policiais durante a abordagem, seu relato não consta no boletim de ocorrência.
Durante coletiva de imprensa, a corporação informou que um efetivo da ciclopatrulha se deparou com o jovem, “em atitude suspeita". Assim que viu os militares, a vítima tentou fugir, mas sem êxito. “Abordaram esse rapaz, colocaram ele em posição de segurança para identificação na parede [...] Durante a abordagem, pela própria condição física dele, ele desfaleceu da própria altura, caiu ao chão. Foi iniciado procedimento de ressuscitação cardíaca, foi acionado imediatamente o Samu, ele foi socorrido, contudo veio a óbito”, afirmou o comandante da 6ª CIA da PMMG, major Rodrigo Alencar.
No relatório da equipe médica do Samu, disponibilizado pela PM, o socorro foi registrado como episódio de “intoxicação”. Em seu registro, a médica da equipe afirma que a vítima sofreu um "mal súbito”. “Histórico de uso abusivo de drogas. Até chegada da USA [Unidade de Suporte Avançado], PM relata 40 minutos de PCR”, escreveu.
Sobre o relato da testemunha, que afirmou que os militares desferiram socos contra a vítima, o major explicou que imagens de câmeras de segurança na região condizem com a versão apresentada pelos militares.
“Esse fato foi apurado desde o início, temos diversas diligências acontecendo desde o início do fato [...] Temos testemunhas que contradizem a fala dessa senhora, e vamos aguardar o posicionamento dela, quando ela foi ouvida na devida condição de testemunha compromissada com a lei”, afirmou o comandante.
Identificação
Até o momento, a identidade da vítima não foi informada. No entanto, a PM esclareceu que a família já foi acionada. Ainda de acordo com o major Rodrigo Alencar, o rapaz possuía diversas passagens pela polícia por crimes como homicídio.
Em imagens divulgadas pela corporação que mostram o momento em que o jovem estaria sendo reanimado, é possível vê-lo caído, com um dos policiais fazendo massagem cardíaca; no chão, há o que seria vômito.
Questionados sobre se, no momento da abordagem, os militares usavam câmeras nas fardas, o major informou apenas que policiais do turno utilizavam o equipamento. Desde 8 de dezembro, os agentes da Polícia Militar de Minas começaram a usar o equipamento. Em um primeiro momento, serão 1.040 equipamentos em turnos alternados, para pelo menos 4 mil militares.
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