Além dos blocos de carnaval em todo o país, sábado (18/2) também é marcado pelo Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. A data tem o objetivo de conscientizar acerca dos impactos da dependência de álcool. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 3% da população brasileira é alcoólatra.
A dependência alcoólica é caracterizada pela falta de controle no uso e a necessidade de doses cada vez maiores para que o álcool surta efeito no organismo. Quando a pessoa interrompe o consumo, sente sintomas de abstinência, que incluem tremores, vômitos, náuseas, suor excessivo, ansiedade, irritação e estados de confusão mental.
Essa dependência é multifatorial, com aspectos genéticos, comportamentais, exposição à substância, comorbidades psiquiátricas e eventos estressores ao longo da vida de uma pessoa. "Situações estressoras na primeira infância acaba elevando, significativamente, o risco para transtornos mentais, inclusive a dependência de álcool", pontua o psiquiatra Elton Kanomata, do hospital Albert Eintein, em São Paulo.
O especialista cita o estímulo chamado de reforço negativo, que é quando o consumo de álcool é feito para atenuar condições como ansidade, estresse e depressão. "Isso faz com que a pessoa volte a reutilizar o álcool novamente, aí começa a criar um vínculo inadequado entre estar ansiosa e decidir beber. Esse uso recorrente acaba mantendo o risco de consumo patológico, que leva à dependência", explica o psiquiatra.
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Impactos do alcoolismo
A dependência química afeta a saúde mental e qualidade de vida de um indivíduo. Além disso, o psiquiatra Elton ressalta que o consumo exacerbado também impacta os familiares e amigos da família alcoólatra. "Seja por uma questão de distanciamento, alienação parental, divórcios ou brigas entre família".
O consumo patológico de álcool também está ligado ao risco de doenças cardiovasculares, como infarto ou acidente vascular cerebral, doenças gástricas, cirrose hepática e cânceres em determinados órgãos do corpo, a exemplo da faringe, fígado ou estômago.
Tratamento
O tratamento da dependência alcoólica costuma ser multidisciplinar, envolvendo psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, enfermeiro e assistente social. "Cada um com sua expertise vai dar ênfase para tratar o que está disfuncional e levando ao sofrimento, impactando negativamente a saúde física e mental do paciente", afirma o Dr. Elton.
"Como é um tratamento longo, isso acaba desmotivando o paciente, o grau de motivação vai flutuando ao longo do tempo. Por isso é importante todos os profissionais atuam para que o paciente se mantenha motivado, aumentando a chance do sucesso terapêutico", emenda o especialista.
Onde buscar ajuda?
O Sistema Único de Saúde oferece tratamento gratuito às pessoas alcoólatras. Os Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (Caps-AD) existem em várias cidades do Brasil e dispõem de acompanhamento médico em variadas especialidades.
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