O espaço aéreo sobre o território dos ianomâmis deve ser novamente fechado. Foi o que antecipou, ontem, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A medida é para apressar a saída dos garimpeiros ilegais e deve ser decidida na próxima semana.
A medida será decidida em conjunto com o Ministério da Defesa. Dino reforçou que a medida estava prevista, porém, o governo percebe que a desintrusão dos exploradores ilegais está mais lenta do que o calculado.
"As medidas têm sido tomadas praticamente semana a semana, à luz da observação do que lá acontece. Estamos propondo esse debate com (o ministro da Defesa, José) Múcio na próxima semana para verificarmos os números e se o alargamento (do prazo) trouxe lentidão à saída. Queremos que a janela sirva para agilizar a retirada, não para retardar. Na quinta ou sexta-feira da próxima semana, teremos a decisão se a janela fica aberta e até quando", explicou.
No início da operação Escudo Yanomami, em 1º de fevereiro, foi estabelecida a restrição de voos sobre a área da reserva. Em 6 de fevereiro, três corredores aéreos humanitários foram abertos para permitir "a saída coordenada e espontânea das pessoas não indígenas das áreas de garimpo ilegal", disse em nota, à época, o comando conjunto da operação. Com o espaço aéreo foi reaberto até maio para facilitar a retirada dos invasores.
Mas, com a definição do prazo, segundo o relato de delegados da Polícia Federal (PF) que atuam na região, aconteceu uma diminuição no ritmo de saída dos garimpeiros.
"Não temos a contagem (do total de invasores na área), mas os delegados da Polícia Federal que lá estão afirmaram que, infelizmente, ainda permanecem garimpeiros. Então, quando há pessoas insistindo em descumprir a lei, você tem que adotar novas medidas. É o que nós faremos na semana que vem", garantiu.
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Balanço
Dino apresentou os primeiros dados do desmonte do garimpo. Conforme disse, foram destruídas 37 balsas, duas aeronaves, uma embarcação e cinco motores utilizados por garimpeiros, além da inutilização de 11 toneladas de cassiterita — da qual se extrai o estanho —, avaliada em aproximadamente R$ 1 milhão. A PF também apreendeu duas máquinas para a extração da cassiterita, quatro embarcações, oito motores, 1.150 litros de gasolina, meia tonelada de alimentos e diversos itens como celulares, baterias e motosserras.
"Temos duas missões, que estamos cumprindo. Uma é a desintrusão, até porque nós temos mais seis áreas para fazer isso. A outra é a investigação, que tem evoluído com ótimos resultados. Todas as semanas, as operações estão mostrando que havia um negócio de ouro ilegal no Brasil", apontou.
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