O desembargador federal Souza Prudente disse que a situação precária vivida pelo povo ianomâmi é resultado de políticas do governo de Jair Bolsonaro (PL). O diretor da Escola Superior da Magistratura Federal também fez críticas a falas do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), hoje deputado federal.
“(Salles) Dizia em uma reunião ministerial que era necessário ‘soltar a boiada’, quer dizer, desregulamentar toda a atividade governamental de controle das nossas florestas, da preservação da biodiversidade amazônica e, também, de proteção aos povos da floresta — que, a rigor, são os guardiões da biodiversidade”, afirmou. “Um governo que vira as costas para tudo isso, só poderia resultar, de forma criminosa, nessa tragédia”, completou o desembargador em entrevista ao CB.Poder nesta terça-feira (14/2). O programa é uma parceria do Correio com a TV Brasília.
Confira a entrevista na íntegra (a partir dos 13 minutos):
O magistrado destacou ainda que o Brasil vive um momento histórico, com a criação do Ministério dos Povos Indígenas, que, segundo Prudente, possibilita o cumprimento de uma decisão proferida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a apuração de crimes contra indígenas e a retirada de garimpeiros ilegais de territórios demarcados.
“Hoje, nós temos no Ministério da Justiça um ex-juiz federal, o ministro Flávio Dino, um grande ambientalista, um grande defensor dos povos indígenas e da biodiversidade amazônica. Isso possibilita a eficácia da decisão judicial do ministro Luís Roberto Barroso”, avaliou o desembargador.
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Invasão dos Poderes
Além da tragédia ianomâmi, Souza Prudente disse que os episódios ocorridos na Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro ‘agrediram’ a cada cidadão brasileiro. Como membro titular do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), ele fez pronunciamentos, perante outros magistrados, contra a manutenção dos acampamentos de manifestantes em frente do QG do Exército, antes dos eventos que se sucederam.
“Aquilo, realmente, era uma ‘incubadora’ de revoltosos inconformados, portadores daquilo que eu considero ser uma verdadeira ‘doença mental’, chamada bolsonarismo, em que os valores fundamentais do Estado de Direito são totalmente desprezados”, declarou o desembargador.
“Essa invasão não tem nenhuma justificativa, até porque a destruição de obras de arte, dos edifícios e dos Poderes da República jamais vai atingir a alma do povo e de todos aqueles que prezam pela democracia. A democracia não está ali no prédio, está no coração de cada um de nós”, completou Prudente.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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