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Casal gay é agredido por vizinhos com socos e chutes

Ocorrência foi registrada pela Polícia Militar como lesão corporal, mas, de acordo com duas vítimas, o caso foi motivado por homofobia

Uma discussão por uma obra em um salão de beleza no Bairro Cabral, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terminou em agressões, na noite dessa quarta-feira (26/1). A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar como lesão corporal, mas, de acordo com duas vítimas, o caso foi motivado por homofobia.

Vitor Chagas, de 28 anos, e Leone Henrique da Rocha, de 26 anos, são proprietários do estúdio de beleza, que fica em frente ao Shopping Contagem. Eles contam que foram espancados por dois vizinhos, que estariam insatisfeitos com a reforma do estabelecimento.

Pelas redes sociais, Leone contou que foi empurrado pelo vizinho. Segundo ele, quando ainda estava no chão o homem o teria agredido com socos e chutes. Nas imagens, o empresário está com um corte sangrando no rosto, acima da sobrancelha.

“É, gente, nós estamos aqui em obra, resolvendo tudo. Acabamos de sofrer homofobia pelo vizinho. Estamos aqui nós dois. É muita prova que a gente passa, vocês acham que não. Vocês acham que é tudo maravilhoso o que a gente passa, mas olha isso aqui, a pessoa vir empurrar você, chamar de viado”, desabafou Leone.

Agressões e xingamentos

Em depoimento à Polícia Militar, Victor Chagas disse que tudo começou quando o vizinho xingou o pedreiro da obra e disse que os trabalhos deveriam ser encerrados. O cabeleireiro então disse que o barulho seria interrompido às 22h. Insatisfeito com a resposta, o homem teria começado a xingar Victor e a dizer que ele e o marido “não eram homens”.

Diante dos insultos, Leone teria se aproximado e questionado as falas do vizinho, que o empurrou e começou a agredi-lo. Em seguida, uma segunda pessoa, que seria o filho do agressor, também entrou no estabelecimento e começou a agredir Victor.

“Para quem não está sabendo, começamos a obra em nosso salão e o vizinho veio reclamar. Antes do ocorrido, vieram ameaças de embargar e chamar a polícia sobre o barulho. Ele veio na porta do meu estabelecimento tirar satisfações. Como ele não teve uma conversa sadia, começou os xingamentos e ameaças: ‘Se vocês dois quiserem sair na porrada, vem pra cima, que nem homem vocês são’. Além de muitas coisas homofóbicas. Me empurrou de forma que eu caí e começou a me agredir. Estou sem chão”, disse Leone.

Vizinho dá outra versão

De acordo com o boletim de ocorrência, o vizinho, apontado pelo casal como o agressor, disse à Polícia Militar que ele havia sido agredido por Victor e Leone. Em seu depoimento, o homem afirmou que de fato foi ao local para reclamar do barulho da obra, e que um dos empresários havia dito que os trabalhos aconteceriam “madrugada adentro". Além disso, que a intervenção no imóvel estava danificando a cerâmica da sua casa.

Na versão do vizinho, Vitor teria o chamado de “moleque e malandro” e o empurrado. Já Leone o teria agredido com chutes e socos. Ele afirmou que não agrediu os empresários e que não proferiu xingamentos homofóbicos. O homem ainda explicou que os ferimentos na cabeça de Leone foram causados quando esse caiu e colidiu o rosto com um carro.

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