Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe de uma das principais organizações criminosas do país, foi trazido de volta, ontem, para o Complexo da Papuda. Ele cumpria pena na penitenciária federal de Porto Velho, onde ficou por aproximadamente 11 meses. Tanto em Rondônia quanto em Brasília, as autoridades obtiveram informações de que haveria um plano para resgatá-lo da prisão.
O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que justificou a medida como necessária para impedir a possível operação de comparsas para libertar Marcola. "A transferência foi feita de um presídio federal para outro exatamente visando prevenir um suposto plano de fuga ou resgate desse preso. Portanto, essa operação se fez necessária para garantir a segurança da sociedade", afirmou.
O chefe da organização criminosa está condenado a mais de 300 anos de prisão. A transferência de Marcola de Porto Velho para Brasília foi coordenada pela Secretaria de Políticas Penais do Ministério da Justiça e realizada sob forte esquema de segurança.
Insegurança
Marcola chegou em Brasília em 2019 e seguiu para Rondônia em março de 2022, atendendo a pedido do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A vinda do criminoso gerou um grande desconforto no Palácio do Buriti, que fez insistentes cobranças ao então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para que o chefe de facção fosse transferido, uma vez que seria razão de intranquilidade para a população do DF.
"O clamor nosso é para que esses presos de alta periculosidade sejam encaminhados a outras regiões. Não que eles também não mereçam o cuidado devido, mas, aqui em Brasília, pelo nível de segurança que se tem que dar às autoridades que aqui residem, não é um local adequado", afirmou o governador em março de 2022, quando da remoção do criminoso para Porto Velho.
Na chegada de Marcola à Papuda, houve uma ostensiva operação de segurança em Brasília — um comboio com 15 carros da polícia abriu o caminho pelas vias até a penitenciária, enquanto helicópteros das forças de segurança supervisionavam o grupo. Já a operação de ontem foi mais discreta — quando Dino anunciou o retorno de Marcola à Papuda, a transferência já tinha sido realizada.