O Ministério da Saúde divulgou, nesta quarta-feira (25/1), o boletim com a atuação da equipe da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) no dia anterior. Apenas na terça-feira (24/1), 90 indígenas foram atendidos na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai). Segundo a lista, os pacientes ianomâmis se dividem em 38 meninos, 18 meninas, 22 mulheres adultas e 12 homens adultos.
Destes, cinco foram encaminhadas para um hospital da região e oito estão internados na Casai. Os principais motivos de adoecimento tem sido verminoses, anemia, diarreia aguda, pneumonia, malária e desnutrição.
A maior parte dos casos foram de gravidade moderada, mas tiveram ocorrências graves — que não foram especificadas. Os atendimentos estão ocorrendo dentro das malocas construídas dentro da Casai, com os profissionais se deslocando entre as unidades, evitando assim que os pacientes precisem passar por deslocamentos até os consultórios.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Casai passa por superlotação e deve receber, nos próximos dias, o auxílio de um hospital de campanha, em ação conjunta com as Forças Armadas, para garantir um atendimento mais célere aos pacientes que se encontram na unidade".
“O que vemos aqui é uma situação com múltiplas vítimas e superlotação. O trabalho agora é de emergência e mitigação de danos para que possam ser construídas pontes para uma ação contínua que sabemos que é necessária”, explica a enfermeira Juliana Lima, 28 anos, em nota do ministério.
Hospital de Campanha
O hospital que será montado pela Aeronáutica em Surucucu terá uma equipe original multidisciplinar em especialidades de Clínica Médica, Ortopedia, Cirurgia Geral, Pediatria, Radiologia, Ginecologia, Patologia, além de enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de enfermagem. A previsão é de atendimento para aproximadamente 700 indígenas, sendo 278 deles internados.
Os militares estão transferindo uma estrutura que conta com aparelho de raio-x, ultrassonografia, farmácia e laboratório. A unidade de saúde irá realizar exames laboratoriais, leitos de internação para pacientes ambulatoriais e estabilização de pacientes mais graves para que sejam removidos para Unidades de Saúde mais complexas.
Aeronáutica
Desde o início da semana a Aeronáutica intensificou a distribuição de alimentos e medicamentos para a região de Surucucu, ao norte de Roraima e onde se encontra a Terra Indígena (TI) Ianomâmi. Na segunda-feira (23/01) foi desembarcada uma carga de 19 toneladas.
Nesta remessa tinham mais de 600 cestas básicas de Boa Vista para Surucucu e mais de 230 cestas de Surucucu até as comunidades indígenas Wathou, Kataroa, Homoxi e Hewetheu. Na segunda-feira (23/1) tem uma nova remessa de uma tonelada e 200 de alimentos e 95 kg de material médico foi entregue ao local.
Uma operação foi montada para as entregas. Pelo aeroporto de Surucucu está em obras, os aviões não estão pousando na região, então a Força Aérea Brasileira (FAB) envia aeronaves KC-390 e C-105, que possuem maior capacidade de cargas, para arremessaram os insumos ao solo. Quando chegam em terra, entram em ação os helicópteros que levam o material até os pólos Bases distribuídos no território.
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