Jornal Correio Braziliense

GOIÂNIA

Gêmeas siamesas de Goiânia estão em estado grave após cirurgia de separação

Irmãs eram unidas por parte do tórax, abdômen, bacia, fígado, intestinos delgado e grosso e genitálias. Separação durou mais de 12 horas

As gêmeas Valentina e Heloá Prado, 3 anos, estão em estado grave e respirando por aparelhos após passarem pela cirurgia de separação de corpos nesta quarta-feira (11/1). O procedimento durou quase 12 horas. Elas se recuperam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia.

O atual estado de saúde das meninas foi atualizado pela unidade de saúde na manhã desta quinta-feira (12/1). Ao Correio, o hospital informou, ainda, que as irmãs estão usando medicamentos para o controle da pressão arterial e antibiótico. Além disso, elas permanecem em dieta zero e com boa diurese.

A cirurgia de separação de corpos teve início às 8h da manhã de quarta e foi concluída às 19h38. Valentina e Heloá eram unidas por parte do tórax, abdômen, bacia, fígado, intestinos delgado e grosso e genitálias.

A operação foi realizada pelo médico cirurgião Zacharias Calil. Segundo ele, o sistema urinário foi um dos que demandou mais tempo cirúrgico. “Os ureteres, canais que ligam o rim na bexiga, eram cruzados. Os canais de uma, estavam conectados na outra. E como ele é muito fino e mal formado, exigiu um tempo maior”, disse.

Divulgação/Gustavo Viscal (Agir) - Siamesas Valentina e Heloá estão em estado grave e respirando por aparelhos após serem separadas em cirurgia com duração de mais de 10 horas, diz boletim
Divulgação/Gustavo Viscal (Agir) - Siamesas Valentina e Heloá estão em estado grave e respirando por aparelhos após serem separadas em cirurgia com duração de mais de 10 horas, diz boletim
Divulgação/Gustavo Viscal (Agir) - Siamesas Valentina e Heloá estão em estado grave e respirando por aparelhos após serem separadas em cirurgia com duração de mais de 10 horas, diz boletim

Após a finalização da cirurgia, as meninas passaram por um procedimento para fechar a abertura do abdômen. Para o médico, este foi outro problema, uma vez que não havia pele suficiente para o fechamento, sendo necessário a utilização de telas. Com isso, o procedimento teve em torno de 17 horas, no total, considerando a separação e o fechamento da abertura.

As meninas nasceram em Guararema, em São Paulo, mas a família se mudou para Morrinhos, no sul de Goiás, para ficar mais próxima da unidade de saúde, uma das poucas no país que realiza o procedimento de separação, considerado de alta complexidade. Desde 2021, elas já passaram por diversos atendimentos até a colocação dos expansores, espécie de tecido que tem a função de estimular o crescimento da pele.

“Estamos confiantes que já deu tudo certo”, disse o pai, Fernando de Oliveira dos Santos. A mãe das gêmeas disse que espera ansiosa pelo momento em que estarão juntas novamente e que o mais importante é elas ficarem bem. "Elas são guerreiras. Mal vejo a hora de estar ao ladinho das minhas princesas”.

O diretor técnico do hospital, André Resende, disse esperar que esta seja a primeira de muitas cirurgias de separação na unidade, inaugurada em janeiro de 2022. Segundo ele, o procedimento exigiu muito empenho de todas as equipes assistenciais e de apoio na previsão e provisão de insumos e equipamentos necessários para o sucesso do procedimento.

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