Minas Gerais é o estado com maior banco de perfis genéticos do país. Só nos últimos quatro anos, 21 mil amostras foram cadastradas no Banco Nacional de Perfis Genéticos, por meio do Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Estado (PCMG).
De acordo com a corporação, o cadastro atende requisitos legais, de forma que perfis genéticos de familiares de pessoas desaparecidas, por exemplo, não podem ser usados para outras finalidades, como nas investigações criminais. Nesse campo, os materiais incluem, em sua maioria, vestígios coletados em locais de crimes e de vítimas de crimes sexuais, além de pessoas condenadas.
Ao lado de outros 21 estados, a PCMG faz parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que reúne 175,5 mil amostras. Pelo terceiro ano consecutivo, o Estado alcançou o primeiro lugar em número de inserções, em valores absolutos, no Banco Nacional de Perfis Genéticos na categoria “Identificação Criminal”.
O destaque de Minas Gerais no cenário do país, segundo o administrador do BPG-MG, o perito da PCMG Giovanni Vitral Pinto, é resultado de uma somatória de esforços, como a parceria da Polícia Civil, por meio dos setores de perícia criminal e medicina legal na capital e no interior, com o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
“Nosso laboratório inicia seus trabalhos com exames de triagem em amostras biológicas coletadas em local de crime (vestígios). Esses exames compreendem a pesquisa de esperma e de sangue humano. Após a triagem, fazemos a análise do DNA presente nas amostras. O perfil genético (sequência numérica que identifica um indivíduo) obtido nas amostras analisadas pode ser confrontado com vítimas e/ou suspeitos de terem cometido o crime”, explica Giovani.
Compartilhamento de informações
Apesar de possuir o maior banco de perfis genéticos do país, a parceria entre as instituições brasileiras é fundamental para as investigações em curso. Nessa terça-feira (24/1), o Instituto Médico Legal de Belo Horizonte conseguiu identificar dois corpos da família desaparecida no Distrito Federal, a partir do envio de amostras genéticas.
Renata Belchior, de 55 anos, e Gabriela Belchior, de 22 anos, respectivamente, esposa e filha de Marcos Belchior, um dos principais suspeitos de encomendar a morte da própria família no Distrito Federal, foram reconhecidas a partir de amostras de DNA do corpo de Marcos, encontrado na unidade federativa. Mãe e filha foram encontradas carbonizadas em um carro na BR-251, em Unaí, no último dia 16.
Conforme a médica-legista e diretora do IML, Naray Jesimar, amostras de DNA de Marcos apontaram a paternidade do corpo mais jovem. A partir daí, houve a identificação da maternidade. “Tendo sido encaminhados os dados do Marcos, que era um dos supostos mandantes do crime, mas que depois foi encontrado morto também, foi possível encaminhar os dados desses exames para a Polícia Civil de Minas Gerais, foi feito esse exame então de trio, que a gente diz, e foi possível identificar então a esposa e a filha do casal”, explicou.
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