Os promotores federais do Ministério Público Federal de Roraima (MPFRR) classificaram 2022 como o “ano do caos”. A afirmação foi feita nesta terça-feira (24/1), em coletiva a jornalistas. Essa alcunha foi motivada pela paralisação das poucas ações que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) executou, por via judicial, para combater o garimpo ilegal na região da Terra Indígena (TI) Yanomami.
Alisson Marugal alega omissão do governo federal pela “grande resistência”, segundo ele, do Ministério da Defesa em atuar na invasão em curso de garimpeiros que ocorria na região. Ele explica que em uma reunião com o Exército para tratar sobre as operações paradas, os comandantes “deixaram claro que só iriam agir sob ordens do Ministério da Defesa”. A estimativa do MPF é de que, desde 2017, há o acúmulo de cerca de 20 mil garimpeiros na TI.
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“Tivemos um diálogo muito próximo com o Exército, mas a equipe local precisa das ordens que vêm de Brasília. E os yanomamis nunca foram favorecidos nesses combates pelo Exército. Houve omissão das Forças Armadas, mas isso vem do Ministério da Defesa de não agir”, explicou o procurador.
Segundo ele, o comando da Força só agia com determinação judicial para que a ação acontecesse. “Boa parte das operações ocorreu porque houve decisão judicial. Em conversas com os agentes que atuavam, a infomação é de que tinha resistência do Ministério da Defesa de que pudesse haver uma atuação do Exército de combater esse garimpo ilegal. Na Aeronáutica e nas Forças Armadas não houve uma atuação nesse âmbito”, complementou.
Na realização das operações autorizadas, o Exército participou somente na logística. “E é preciso deixar claro, cobrando à PF os valores que despenderam para agir nessas operações”, afirmou Marugal.
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