A Senadora eleita Damares Alves (Republicanos) foi ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter na tarde deste sábado (21/1) — após a exposição da crise sanitária que o povo Yanomami tem sofrido em Roraima. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos foi questionada nas redes sociais sobre a morte de 570 crianças Yanomami nos últimos quatro anos — informação apresentada pela ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara.
É muito triste saber que indígenas, sobretudo 570 crianças Yanomami, morreram de fome durante o último Governo. O Ministério dos Povos Indígenas tomará medidas urgentes em torno desta crise humanitária imposta contra nossos povos.#SOSYanomami #LutaPelaVida
— Sonia Guajajara (@GuajajaraSonia) January 20, 2023
Questionamento de internautas
Com a crise sanitária vivida pelos Yanomami, diversos internautas questionaram a ex-ministra Damares.
“Damares, como você, no comando do Ministério dos Direitos Humanos, deixou isso aqui acontecer? Que tipo de ser humano fica de braços cruzados enquanto isso acontece? Esse tipo de desnutrição leva meses! Meses para acontecer!”, disse um internauta ao compartilhar a imagem de um idoso em situação de desnutrição.
Damares, como VOCÊ, no COMANDO do Ministério dos Direitos Humanos, deixou isso aqui acontecer??!! Que tipo de ser humano fica de braços cruzados enquanto isso acontece???!!!!! Esse tipo de desnutrição leva meses! MESES PARA ACONTECER!!!!!!!!!!! pic.twitter.com/9wdT9nFnVR
— Bruno Gino, M.D ???????????????????? (@DrBrunoGino) January 21, 2023
Outro internauta ironizou: "Damares Alves: Uma senadora a serviço da matança de índios".
damares alves: UMA SENADORA A SERVIÇO DA MATANÇA DE ÍNDIOS. pic.twitter.com/kbfr50TS6T
— Fernando Almeida Prado ???? Perfil Veryficado (@RaulCosmo1) January 21, 2023
Mais uma internauta questionou sobre as responsabilidades jurídicas relacionadas ao caso.
A Damares cometeu crime no caso dos Yanomamis, não? Os juristas podem elucidar melhor. Essas pessoas precisam pagar pelo genocídio.
— Nina Lemos (@ninalemos) January 21, 2023
Outro perfil ainda comentou sobre o legado do trabalho em relação a população indígena.
Quem poderiam imaginar que o cuidado com os indígenas da Damares era fake, né?
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) January 21, 2023
Histórico
Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, a então Ministra solicitou que o ex-presidente Jair Bolsonaro, vetasse a Lei de Proteção a Indígenas, alegando na época que “mesmo cientes da situação de excepcionalidade vivida pelo país e da celeridade em aprovar projetos de lei que beneficiem e protejam os povos tradicionais, os povos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais não foram diretamente consultados pelo Congresso Nacional”, explicou.
Em nota técnica enviada pela ministra ao Planalto, ela pedia que Bolsonaro retirasse da lei de proteção aos indígenas a obrigação de União, estados e municípios fornecerem itens como água potável; materiais de limpeza, higiene e desinfecção; leitos de UTI; ventiladores pulmonares; e materiais informativos sobre a covid-19. O veto de Bolsonaro , no entanto, foi derrubado pelo Congresso Nacional.
Outra polêmica, envolvendo Damares e os povos indígenas, em 2019, ganhou grande repercussão, após a ex-ministra ser acusada por indígenas de sequestrar crianças. Segundo a revista Época, indígenas afirmaram que a criança foi levada do Xingu e nunca devolvida. Damares, porém, se justificou dizendo ser "cuidadora" da hoje adolescente e que ela não havia perdido o contato com familiares.
O Correio entrou em contato com a equipe de Damares Alves, que informou que ela não irá se manifestar.
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