Desmatamento

Amazônia perdeu quase 3 mil campos de futebol por dia em 2022, aponta Imazon

Apenas em dezembro, Amazônia perdeu 287 km² de floresta, um aumento de 105% em relação ao mesmo mês de 2021

Isabel Dourado*
postado em 18/01/2023 16:36 / atualizado em 18/01/2023 16:36
 (crédito:  © Christian Braga / Greenpeace)
(crédito: © Christian Braga / Greenpeace)

Em 2022, o desmatamento na Amazônia foi o maior registrado em 15 anos. É o que alerta o monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Entre janeiro e dezembro, foram devastados 10.573 km², o equivalente à derrubada de quase três mil campos de futebol por dia de floresta.

O ano passado também registrou o quinto recorde anual consecutivo de desmatamento. No acumulado dos últimos quatro anos (2019-2022), chegou aos 35.193 km² — área que supera o tamanho de dois estados brasileiros: Sergipe (21 mil km²) e Alagoas (27 mil km²).

ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, que o governo Lula está comprometido com o “desmatamento zero”. Ela ainda citou que tem buscado o caminho da filantropia global para atrair mais investimentos para a Amazônia. “Inclusive, já está sendo organizado um grupo de instituições filantrópicas que quer investir no Fundo Amazônia”, declarou.

Top desmatadores

Pará (3.874 km²), Amazonas (2.575 km²), e Mato Grosso (1.604 km²) seguem no topo dos maiores desmatadores desde 2019. De acordo com o Imazon, Amazonas e Mato Grosso tiveram aumento na destruição em relação a 2021 tanto em áreas federais quanto estaduais.

“Esperamos que esse tenha sido o último recorde de desmatamento reportado pelo nosso sistema de monitoramento por satélites, já que o novo governo tem prometido dar prioridade à proteção da Amazônia. Mas, para que isso aconteça, é preciso que a gestão busque a máxima efetividade nas medidas de combate à devastação, como algumas já anunciadas de volta da demarcação de terras indígenas, de reestruturação dos órgãos de fiscalização e de incentivo à geração de renda com a floresta em pé”, afirma Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Apenas em dezembro, a Amazônia perdeu 287 km² de floresta, um aumento de 105% em relação ao mesmo mês de 2021, quando foram devastados 140 km². Foi o mês que teve a maior alta do ano na derrubada. Com isso, 2022 também teve o pior dezembro desde 2008, quando o monitoramento do Imazon começou.

UCs estaduais

Já em relação às áreas protegidas, as unidades de conservação (UCs) estaduais estiveram em situação mais crítica em 2022. Nesses territórios, a devastação passou de 690 km² em 2021 para 746 km² em 2022, uma alta de 8%.

Apesar de muito pressionadas, as unidades de conservação federais e as terras indígenas registraram queda de 8% e 21%, respectivamente, na derrubada em 2022. Porém, o desmatamento no ano passado foi o segundo maior em 10 anos nas UCs federais e o quarto maior da década nas áreas indígenas. 

*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro

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