VIOLÊNCIA

Justiça determina prisão preventiva de casal após morte de criança

Pai e madrasta da criança haviam sido presos em flagrante; eles devem responder por maus-tratos

Estado de Minas
postado em 11/01/2023 09:11 / atualizado em 11/01/2023 09:12
 (crédito:  PCMG/Divulgação)
(crédito: PCMG/Divulgação)

A Justiça decretou a prisão preventiva do casal suspeito de causar a morte do menino Ian Almeida Rocha, de 2 anos. O pai do menino e a namorada dele haviam sido detidos no domingo (8/1), logo após levarem a criança ao hospital com graves ferimentos na cabeça. O caso aconteceu no Bairro Jacqueline, na Região Norte de BH.

A decisão da juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto aponta "profundas contradições" entre os depoimentos dos envolvidos, que alegam queda acidental da criança. "Os depoimentos dos autores são extremamente frágeis, inconsistentes, carecem de credibilidade", avaliou.

O homem, identificado pela polícia pelas iniciais M.D.R.D.S., de 31 anos, e a namorada dele, B.C.D.S., de 34, haviam sido presos por suspeita de lesão corporal contra Ian, mas a Justiça também considerou que houve crime de maus-tratos.

O menino morreu na madrugada dessa terça-feira (10/1), no Hospital do Pronto Socorro João XXIII, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH. O pai foi indiciado por crime de omissão de socorro, e a namorada, apontada como responsável pelas agressões.

Agressões

As agressões, segundo a polícia, teriam começado no sábado (7/1). A criança tinha ido passar o final de semana com o pai e foi deixada sozinha com a namorada dele.

A mulher chegou a telefonar para avisar que o menino havia caído e batido com a cabeça no chão da cozinha. A criança, segundo o pai, parecia estar normal, sendo que teria brincado com ela, antes de dar banho e o colocar para dormir.

No dia seguinte, quando retornou ao trabalho, encontrou o filho no sofá, inconsciente. Perguntou, então, à namorada, o que havia acontecido. Esta teria se mostrado surpresa, tendo relatado que chegou em casa e a criança já estava inconsciente no sofá.

O pai, então, levou a criança para o Hospital Risoleta Neves, onde os médicos constataram que ela tinha uma lesão na cabeça e escoriações no queixo. Na unidade, o menino teve duas paradas cardíacas e foi necessária a transferência dele para o João XXIII, onde morreu.

Os médicos relataram, ainda, que a criança estava com as mãos tortas e as pernas duras.

A mãe da criança alega que, semanas antes, o menino havia retornado da visita ao pai com hematomas e, também, que uma das vezes, tinha sangramento num dos ouvidos.

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