MINAS GERAIS

PM tenta tirar poucos manifestantes que ainda se mantêm em avenida de BH

Uma idosa bolsonarista xingou os policiais que tentaram identificá-la; somente cerca de oito pessoas ainda se concentram frente à sede da 4ª Região Militar

Luana Pedra - Estado de Minas
postado em 09/01/2023 12:40 / atualizado em 09/01/2023 12:40
 (crédito: Jair Amaral/EM/DA Press)
(crédito: Jair Amaral/EM/DA Press)

Cerca de oito bolsonaristas ainda se concentram em frente à sede da 4ª Região Militar, na Avenida Raja Gabaglia, Região Oeste de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (09/01). À mando do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e a Guarda Civil de Belo Horizonte tentam identificar esses manifestantes antes de retirá-los do local.

Na ocasião, uma idosa não identificada xingou policiais militares que tentaram reconhecê-la. Aos gritos, a mulher afirmou que estava passando mal e precisava ir embora. Com muita calma, a PM barrou o carro de aplicativo que ela havia solicitado para deixar o local e tentou dialogar com a senhora.

A PM e a Guarda Civil se mantêm na Raja Gabaglia, para evitar qualquer concentração de bolsonaristas frente à sede do Exército Brasileiro. No local, que estava ocupado há mais de dois meses, agora só se encontram policiais. O trânsito na avenida flui normalmente.

Invasão em Brasília

Essa operação de hoje (09/01), das forças policiais em Belo Horizonte, ocorre após o ato terrorista que aconteceu na tarde desse domingo (08/01), no Distrito Federal. Bolsonaristas invadiram o Congresso se manifestando contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro.

Desde o fim das eleições presidenciais, em 30 de outubro, apoiadores extremistas protestam contra o resultado das urnas e demandam intervenção militar em todo o país. No ápice do extremismo, bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, Congresso e STF.

No ato terrorista, partes do patrimônio público - como mesas, cadeiras e armários - foram depredadas pelos extremistas. Dentro do STF, arrancaram a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, principal desafeto dos bolsonaristas. De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, ao menos 300 terroristas já foram presos.

Com a invasão ao Congresso, Lula decretou a intervenção federal na segurança do Distrito Federal (DF). Ricardo Garcia Capelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, será o interventor no DF. A intervenção será feita no âmbito da segurança pública até o dia 31 de janeiro.

Em meio a críticas da falta de medidas por parte do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para conter os manifestantes, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do governador por 90 dias.

Zema irá à reunião com Lula

O governador Romeu Zema (Novo) usou as redes sociais para repudiar os atos de vandalismo no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que acontecem neste domingo (8/1). Em seu perfil no Twitter, Zema disse que não se pode confundir "liberdade" com a depredação de órgão públicos.

Zema, que chegou a fazer campanha para Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, disse que os atos antidemocráticos dos apoiadores extremistas são inaceitáveis. "Em qualquer manifestação deve prevalecer o respeito. É inaceitável o vandalismo ocorrido hoje em Brasília. A liberdade de expressão não pode se misturar com depredação de órgãos públicos. No final, quem pagará seremos todos nós", escreveu em seu Twitter.

O governador mineiro confirmou se irá reunir-se com o presidente Lula no início da noite desta segunda-feira (09/01), às 18 horas. Lula convocou governadores de todo o país para uma reunião, em que devem promover um manifesto pela democracia e união das instituições contra a ação organizada de vândalos que destruíram prédios dos Três Poderes da República. "Já pedi mudanças aqui na minha agenda, porque precisamos estar todos alinhados para que a nossa democracia seja preservada".

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