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Covid: Saúde tenta antecipar remessas de Pfizer para vacinar crianças

Para solucionar o problema, Ministério da Saúde tenta antecipar remessas dos imunizantes da Pfizer previstos para chegar no fim deste mês. Pasta anuncia a inclusão dos fármacos no Plano Nacional de Imunização

Tainá Andrade
postado em 07/01/2023 03:55
 (crédito: Walterson Rosa/Ministério da Saúde)
(crédito: Walterson Rosa/Ministério da Saúde)

A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, informou ontem que há falta de vacina contra covid-19 no país para crianças de até 11 anos. Segundo ela, que assumiu o cargo recentemente, há uma negociação com a Pfizer para antecipar as entregas de imunizantes previstas para o fim deste mês. Os estoques para a população acima de 12 anos estão em dia.

"Nós estamos com esse desabastecimento. Fizemos uma reunião com a Pfizer. Vamos resolver o problema da entrega, tentar negociar melhor, mas a previsão de chegada é no final de janeiro. Então, isso que nós recebemos do governo anterior, vamos negociar para ver se conseguimos adiantar", afirmou Maciel, durante coletiva de imprensa.

Segundo a pasta, para o público entre 6 meses e 4 anos, o contrato da Pfizer com o Ministério da Saúde prevê o envio de 4,2 milhões de vacinas. A faixa etária de 5 a 11 anos terá uma remessa de 4 milhões de imunizantes.

"Houve a ampliação da possibilidade de vacinação para o público de todas as crianças sem comorbidade. A gente tinha aquela limitação para criança só com comorbidade e, agora, houve a nota técnica ampliando esse público. Vamos negociar esse prazo para ver se conseguimos adiantar porque há falta nos estados neste momento e nós temos que resolver esse problema", ressaltou a secretária.

Ethel Maciel anunciou a revogação do sigilo sobre as informações da Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai), que aloca as informações sobre as vacinas do Plano Nacional de Imunização (PNI). Uma reunião foi agendada para terça-feira da próxima semana para que sejam discutidas ações de antecipação para o calendário da vacina contra o novo coronavírus.

"Toda a nossa Câmara Técnica tem o dever de comunicar. Estamos trabalhando com o dinheiro público. O alinhamento do governo Lula e da ministra Nísia Trindade é de que nós possamos trabalhar com transparência, com todos os dados", frisou Maciel.

De acordo com ela, o cenário atual de imunização, com três aplicações da vacina, ainda é baixa, sobretudo, pela aproximação do feriado de Carnaval — que tende a elevar o número de infecções no país. "A cobertura de duas doses não chega a 80%. A cobertura do esquema de duas doses mais a dose de reforço não chega a 50%. Isso é gravíssimo nesse cenário que se apresenta, principalmente de uma nova variante que tem uma alta transmissibilidade", ressaltou.

Integração

O Ministério da Saúde também informou que a vacina contra a covid-19 será incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Com a decisão, a vacinação não acontecerá mais em etapas, tendo um calendário definido de aplicação. A decisão havia sido tomada ainda na gestão anterior, mas não foi comunicada publicamente.

"O governo anterior, no dia 9 de dezembro, teve uma reunião com a Câmara Técnica de Imunização. Naquele momento, eu era consultora, participava da Câmara Técnica como pesquisadora, e houve a decisão de que a vacinação contra a covid seria incorporada no nosso plano nacional de imunização", explicou Ethel Maciel.

Ela criticou a divisão das aplicações dos imunizantes. "Vocês acompanharam que o governo anterior criou um Plano Nacional de Operacionalização, dividindo ações de vacinas. Isso não acontecerá neste governo, a vacina contra a covid-19 será incorporada no Programa Nacional de Imunização e nós teremos, então, um calendário de vacina para a covid-19. A vacina ocorreria na campanha contra a gripe, e as duas campanhas se integrariam", apontou.

Sobre a identificação do primeiro caso no Brasil da XBB.1.5, uma ramificação da variante ômicron, a secretária de Vigilância disse que a prioridade do órgão é vacinar as pessoas com doses em atraso. "Recebemos a informação que a variante está circulando, a amostra é de novembro. Vamos discutir com a Câmara Técnica. O que temos sobre a nova variante é a alta transmissibilidade e queremos retomar esses esquemas vacinais, pessoas com dose em atraso", disse.

O vírus foi detectado em um exame laboratorial feito em novembro de 2022 e encaminhado ao Repositório Mundial de Sequenciamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, essa subvariante já foi identificada em pelo menos 29 países e ainda não se sabe o real potencial de gravidade que ela pode representar.

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