O empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, que está no exterior e já teve sua extradição pedida pela Justiça, tornou-se réu em mais um processo em que é acusado de crimes sexuais. Na última sexta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acatou denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em que ele é acusado de ter estuprado a estudante de Medicina e ex-miss São Paulo Stefanie Cohen. Esta é a sexta vez em que ele se torna réu na Justiça paulista. Em dois casos, foram expedidos mandados de prisão contra ele.
No caso de Stefanie, a Justiça acatou também as denúncias pelos crimes de registro não autorizado da intimidade sexual e constrangimento ilegal. Conforme o TJ-SP, a Justiça brasileira aguarda o processamento de um pedido de extradição feito ao governo dos Emirados Árabes, país onde Brennand está em liberdade provisória. Ele foi preso pela Interpol em outubro, em Abu Dabi, mas foi libertado após pagamento de fiança. O empresário não pode mudar de endereço e é obrigado a comparecer às audiências determinadas pela Justiça.
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Terror
A estudante de Medicina conheceu Brennand em outubro de 2021, quando comemorava a vitória no concurso Miss São Paulo de las Américas. Convidada para jantar, ela acha que foi dopada durante o encontro, pois começou a passar mal. Alegando o intuito de socorrer a jovem, ele a levou para um hotel. Stefanie disse que foi forçada, de forma violenta, a manter relações sexuais com o empresário.
Na manhã seguinte, após Brennand ter saído do quarto, ela tentou fugir, mas, ao abrir a porta, se deparou com um segurança armado. Mais tarde, o agressor passou a depreciar os atributos físicos de Stefanie e recomendando um cirurgião plástico. Quando conseguiu ir para casa, fingindo que estava tudo bem e que voltaria a se encontrar com ele, o agressor enviou vídeos íntimos feitos enquanto ela dormia.
Em outro processo, Brennand se tornou réu por ter violentado uma mulher norte-americana. Conforme o MP, o empresário filmou a vítima durante os atos sexuais e ameaçou divulgar os vídeos, prática denominada "revenge porn" (pornografia da vingança). Ele também foi acusado de estuprar e mandar tatuar suas iniciais no corpo de outra mulher — também mantida em cárcere privado. Ao menos 10 vítimas ouvidas pelo Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência do MP-SP relataram abusos cometidos pelo empresário.
Os casos vieram à tona depois que Brennand foi flagrado por câmeras agredindo a empresária e modelo Helena Gomes na academia de um shopping, em São Paulo. Ele instigou o filho menor de idade a proferir agressões verbais contra a mulher e por isso, além das agressões, ele foi denunciado também por corrupção de menores.
Em outros dois casos, Brennand foi denunciado pela Justiça de Porto Feliz (SP) por agressão e ofensas contra funcionários do condomínio onde morava. As vítimas são o garçom Vitor Igor Rodrigues Machado e o caseiro Agostinho Rodrigues da Silva. Ele é processado também pela advogada e ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur por injúria, calúnia e difamação.
Procurado, o escritório HSLaw Hasson Sayeg, Novaes e Venturole Advogados, que defende o empresário, informou que não se manifestaria.