CRIME

Justiça de SC aceita denúncia sobre célula neonazista e seis viram réus

De acordo com o juiz da Vara Criminal de São Miguel do Oeste, os "fatos narrados na inicial, em tese, são considerados crimes, mostrando-se, a rigor, típicos, antijurídicos e culpáveis"

A Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e tornou seis homens réus pela acusação de integrarem uma célula nazista em São Miguel do Oeste, Joinville, Florianópolis e São José. Eles também foram acusados de praticarem crimes de racismo e disseminação do ódio com uso de armas de fogo.

Os réus estavam presos temporariamente desde 20 de outubro, mas tiveram as prisões convertidas em preventivas no último sábado (17/12).  "Os fatos narrados na inicial, em tese, são considerados crimes, mostrando-se, a rigor, típicos, antijurídicos e culpáveis", diz juiz Marcio Luiz Cristofoli, da Vara Criminal de São Miguel do Oeste. Segundo o magistrado, há elementos suficientes para a abertura da ação penal.

As investigações da Polícia Civil tiveram início após a prisão de um dos réus, por tráfico de drogas. Durante o flagrante e a apreensão de objetos, foi descoberta a célula nazista, informou o Ministério Público. Na casa de um dos acusados também foram encontrados conteúdos de pornografia envolvendo crianças e adolescentes, maus-tratos a animais, fotos e vídeos do grupo com símbolos nazistas e armas.

O promotor de Justiça Rodrigo Millen Carlin, da 40.ª Promotoria de Justiça da Capital, informou que o grupo costumava conversar sobre atentados e sobre a compra de material bélico e a produção de armas. 

 "Ao que tudo indica, trata-se de um grupo armado, paramilitar, com claras intenções ideológicas de cunho neonazista, associados e reunidos como mesmo fito, o de promover a divulgação na rede mundial de computadores, da existência em Santa Catarina brasileira de uma célula da temida "SS" (Schutzstaffel), pronta para agir a qualquer momento", disse o promotor em denúncia.

O MPSC conseguiu autorização para quebrar o sigilo telefônico e de mensagem do grupo chamado "Todos os mendigos negros nordestinos deveriam ser fuzilados", conseguindo reunir um material com conversas sobre episódios de agressões a negros e homossexuais. Segundo informações do Estadão.

*Estagiária sob supervisão de Thays Martins

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