Mulher trans é espancada por 5 homens em condomínio de Belo Horizonte

As câmeras de segurança do local registraram o momento em que o grupo de homens ataca a vítima. Ela recebe socos e chutes violentos de todos e cai

Jéssica Andrade

postado em 30/12/2022 13:40

(crédito: FreePik/Reprodução)

Uma mulher trans foi brutalmente agredida por por cinco homens na noite do dia 16 de dezembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Cristal Pérola, de 34 anos, saiu da casa de um amigo, que fica dentro de um condomínio, por volta de 1h da manhã e foi agredida ao responder insultos preconceituosos.

O caso aconteceu no Conjunto Habitacional IAPI, onde Cristal trabalha como faxineira e tem amigos. Ao passar pela quadra central do condomínio, teria ouvido agressões verbais. De acordo com entrevista do advogado da vítima à Folha, Mariel Marra, esta não teria sido a primeira vez que ela sofreu ameaças. No entanto, foi a primeira vez em que respondeu.

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"Em razão de uma vida de preconceito, de agressões, nesse dia ela deu um basta, deu seu grito, e por causa disso foi agredida", disse a defesa, ao ressaltar que Cristal jamais havia retrucado os insultos.

As câmeras de segurança do local registraram o momento em que o grupo de homens ataca Pérola, que tenta se defender. Ela recebe socos e chutes violentos de todos eles e cai. “Dos cinco agressores, três já foram identificados e três são menores”, afirma Marra.

De acordo com o advogado, a vítima sofreu vários ferimentos pelo corpo e cabeça e teve uma costela fraturada.

"Ela está com bastante medo, ficou traumatizada, não está saindo na rua, está apreensiva, tem medo de alguém chegar com faca e furar ela", conta o advogado. "Ela acreditou que ia morrer".

Segundo Marra, haviam outras pessoas ao redor no momento do crime, no entanto, elas apenas observaram e filmaram. "Ninguém fez intervenção em favor dela, ninguém separou. Foi só no final, depois de tanta pancada, que alguém falou: chega; se não, tinham matado ela ali."

A ocorrência foi registrada na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. "O caso foi registrado como injúria, mas nosso trabalho é para que esse fato seja tipificado como crime de transfobia", fala.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que instaurou inquérito policial para apurar os fatos relatados e que outras informações serão fornecidas em momento oportuno para não prejudicar o andamento das investigações.

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