Uma menina de cinco anos morreu soterrada na noite de quarta-feira após um deslizamento de terra que atingiu a casa onde morava em Ibitirama, região do Caparaó no Espírito Santo. A informação foi divulgada pela Defesa Civil do estado no início da manhã de ontem. Esta é a primeira morte causada pelas chuvas segundo a Defesa Civil.
A Polícia Militar foi acionada. No local, o casal contou que escutou um forte barulho e em seguida foi surpreendido pela terra que tomou a residência. Pai e mãe conseguiram pedir ajuda aos vizinhos para tentar localizar a criança e ao encontrá-la, a encaminharam para o pronto socorro do município, porém ela faleceu antes de dar entrada na unidade.
A mãe da criança sofreu um corte no pé e também foi encaminhada à unidade de saúde. A família está abrigada na casa de parentes. O deslizamento, de acordo com o coordenador, foi em uma área onde seria feito um desvio de carretas. O outro imóvel atingido foi interditado e com isso, oito pessoas estão desalojadas.
No estado, 1.453 pessoas tiveram que sair das casas em que vivem em decorrência das fortes chuvas. De acordo com o boletim da defesa civil, Marilândia foi a cidade que mais registrou chuva nas últimas 24 horas, com 89 milímetros. Além do deslizamento três barragens se romperam em Jaguaré, na região Norte, e o município decretou estado de emergência na terça-feira. Outras duas represas estão em nível crítico.
Falta de planejamento
Os problemas e tragédias causadas pelas chuvas são recorrentes no país. Ao menos 57 pessoas morreram em enchentes e deslizamentos durante tempestades na Bahia e em Minas Gerais entre dezembro passado e janeiro de 2022, período em que centenas de cidades entraram em estado de emergência, e milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
Em fevereiro, 18 pessoas morreram em um deslizamento de terra em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. outras cidades da região também tiveram mortes. No mesmo mês, mais de 230 pessoas morreram em Petrópolis, na região serrana do Rio.
Na maioria das vezes as vítimas dessas tragédias são famílias pobres que, sem alternativa de onde morar, constroem suas casas em áreas como encostas de morros, beira de córregos e mananciais. Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de Brasília (UnB) Benny Schvarsberg, esse tipo de situação é muito recorrente dentro da experiência brasileira devido ao grande número de áreas de risco que são ocupadas de forma inadequada.
"Não existe um manejo com a desocupação da área e de realocação das famílias. Não são realizadas providências prévias. A responsabilidade maior é do poder público que não toma providências para evitar esse tipo de catástrofe e não faltam instrumentos para tanto", afirmou.
*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.